Chile, Brasil e Argentina dão o pontapé inicial que deve constituir ‘tendência’ ao sul do continente
Em meio a uma antiga e complexa disputa geopolítica, a China avança há décadas em sua conquista de poder sobre diversos países pelo mundo. Recentemente os avanços do Yuan (moeda chinesa) têm se consolidado na América Latina através de importantes players do continente. A parceria com a Argentina e o Brasil, que passam neste ano de 2023 a negociar compras de produtos na moeda do país asiático, representa a consolidação do que alguns analistas chamam de “fenômeno regional”.
Em entrevista à BBC News Mundo, Margaret Myers, que é diretora do programa da Ásia e América Latina do Diálogo Interamericano, que tem sede em Washington (EUA) e é um centro de análises regional, afirmou que "Existem vários mecanismos que a China pode usar para introduzir sua moeda em diferentes mercados; é um fenômeno regional, não algo exclusivo do Brasil e da Argentina".
A estratégia do país asiático é sempre repetida ao redor do mundo, iniciando com investimentos e parcerias comerciais, seguindo através da introdução de sua moeda em cada região. Acordos de investimento e câmbio na América Latina começaram a ocorrer no Chile, em 2015, quando autoridades chinesas divulgaram a abertura do primeiro banco de compensação de yuans na região.
No entanto, Myers acredita que embora Brasil e Argentina tenham dado ao yuan uma importante presença abaixo do Equador, não haverá um crescimento explosivo do uso da moeda, pois o dólar ainda é bastante estabelecido e como moeda internacional, o yuan ainda não tem a força necessária para competir em iguais condições com a moeda americana, tendo em vista as próprias barreiras governamentais que mantém o capital chinês não tão aberto quanto sua ambição de expansão exigiria.
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