Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que não irá admitir reajustes de bilhetes que não sejam comprovados
Campanha de marketing do Voa Brasil - Ministério de Portos e Aeroportos
Qualquer estudante de economia em seu primeiro ano universitário já deveria saber que o controle artificial de preços comandado pelo estado tem poder semelhante ao de um vírus mortal.
Exemplos na história não faltam. Em 1986, durante o Plano Cruzado, conhecemos os fiscais do Sarney, responsáveis por manter na linha os preços congelados pelo governo no setor de alimentos, combustíveis e até de higiene pessoal.
As medidas - somadas ao aumento de salário mínimo e do funcionalismo público - foram desastrosas. Idealizada para combater uma inflação de 235% ano ano, a iniciativa fiscal gerou escassez de produtos e ainda mais inflação após 9 meses em vigor.
Com dados econômicos em decadência, aumento da dívida pública e uma reforma tributária nascida para castigar os prestadores de serviços, o governo Lula parece querer repetir o passado, com decisões fadadas ao fracasso.
Uma delas é a da “ameaça” de regulamentar os preços das passagens aéreas, que seguem com preços cada vez mais nas alturas.
Demonstrando profundo desconhecimento de mercado, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (União) afirmou com todas as letras que o governo irá intervir na precificação dos bilhetes se achar necessário.
“Algo que tem incomodado o governo é que às vezes você compra a passagem por dois meses antes por R$ 800 e faltando dez, cinco dias para o voo essa passagem foi para R$ 3.000. Isso não se justifica. Esses aumentos injustificáveis nós não vamos aceitar”, garantiu.
De acordo com as regras dos voos comerciais, inúmeros fatores influenciam no custo do ticket - entre eles, o da batida lei da oferta e procura.
São incontáveis os motivos que pesam no bolso do passageiro. Porém, um dos principais são os gastos acumulados pela companhia aérea com seus aviões. Cabe aqui levar em conta tipo de aeronave, deslocamento, serviços oferecidos, tendência a atrasos e a demanda do consumidor.
Por exemplo: a chance de comprar passagens com preços promocionais mais baratos é sempre maior com reservas antecipadas. A garantia de ter o passageiro a bordo e o capital para manter o serviço abre espaço para mais ofertas. Em contrapartida, há menos oportunidades acessíveis com a aquisição de bilhetes a poucas horas da decolagem.
Voa Brasil: plano para baratear custos irá dar certo?
Em julho deste ano, o governo Lula anunciou que o Voa Brasil - programa barateiro de passagens aéreas - entraria em vigor no mês seguinte, garantindo cerca de 1,5 milhão de passagens a R$ 200 por trecho. O benefício foi destinado a aposentados, pensionistas e servidores públicos.
O projeto, contudo, não decolou por conta da troca de ministérios. Com a saída de Márcio França da pasta, Silvio Costa Filho quer implantar ainda em dezembro a benesse. Mas será que a medida irá ser realmente positiva para a economia?
Embora tenha recebido o sinal verde das empresas brasileiras, o Rumo Econômico considera certo comprometimento de defesa do setor, entretanto, deverá ter um encarecimento dos valores para quem não se enquadra na lista de beneficiários. A exemplo da tradicional meia entrada para shows, espetáculos teatrais e cinema, a sociedade pagará o dobro para garantir que o Voa Brasil tenha um voo e pouso suaves.
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