País registra aumento de quase 300% nos casos prováveis da doença em 2024
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, atribuiu ao aquecimento global o expressivo aumento nos casos de dengue registrados em 2024 no Brasil. Em entrevista ao programa Bom Dia Ministra, da Empresa Brasil de Comunicação, na quinta-feira (12), Nísia Trindade destacou que o país enfrentou mais de 6,5 milhões de casos prováveis, marcando um aumento de quase 300% em relação ao ano anterior e alcançando o maior número da série histórica.
Nísia Trindade ressaltou que a dengue se tornou um desafio de saúde pública em escala global, alcançando até regiões subtropicais que historicamente eram menos afetadas, como o Uruguai e o sul do Brasil. Segundo ela, o "impacto das mudanças climáticas" tem favorecido a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
"É sempre bom lembrar que o aquecimento global é o responsável por essa grande transmissão. Portanto, teremos mais países lidando com esse problema", afirmou a ministra.
Embora a crise climática possa ser um fator relevante, a postura do governo minimiza a importância de políticas de saneamento básico, campanhas de conscientização e ações preventivas, como o combate direto aos criadouros do mosquito transmissor.
Apesar de defender o desenvolvimento de um plano que englobe também outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika e chikungunya, o Ministério da Saúde não apresentou avanços significativos em estratégias de controle. Programas de erradicação do mosquito e investimentos em saneamento básico continuam insuficientes para lidar com a explosão dos casos.
O aumento dos números em 2024 reflete um cenário de descaso com a saúde pública, agravado pela falta de articulação entre os governos federal, estaduais e municipais. Além disso, falhas em campanhas de conscientização e demora na aplicação de medidas preventivas são apontadas como agravantes.
A crise expõe a ineficiência de um sistema que deveria priorizar a prevenção e a proteção da população, principalmente em áreas mais vulneráveis. Em momento algum, a ministra da Saúde atribuiu ao governo qualquer responsabilidade no aumento alarmante dos casos de dengue, transferindo toda a culpa para os efeitos climáticos.
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