Mercosul: Lobby de Lula a favor da Venezuela enfrenta dura resistência
- Instituto Democracia e Liberdade
- 15 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Presidentes do Uruguai e Argentina devem ser os principais obstáculos para a volta da Venezuela ao bloco

Apesar do forte desprestígio dentro do próprio continente, o Mercosul passou a contar com 5 membros oficiais, além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, após a confirmação da adesão da Bolívia ao bloco no último final de semana.
A chegada do país andino - em meio à grave crise institucional - foi marcada por dois eventos cruciais: a ausência do presidente argentino, Javier Milei, que optou por estar no encontro conservador do CPAC no Balneário Camboriú, e por mais um apelo pela entrada da Venezuela no grupo.
“O bom funcionamento do Mercosul, que agora tem a satisfação de acolher a Bolívia como membro pleno, concorre para a prosperidade comum. Esperamos também receber logo e muito rapidamente de volta a Venezuela”, apelou Lula, em nova demonstração de proximidade à ditadura comandada por Nicolás Maduro.
O lobby brasileiro para socorrer o falido governo venezuelano, entretanto, sofre oposição dentro da própria cúpula. O presidente do Uruguai, por exemplo, segue em linha com Milei, contrária ao retorno do país bolivariano.
Em agosto do ano passado, Luis Lacalle Pou discordou da afirmação feita por Lula, de que as violações aos direitos humanos e políticos na Venezuela eram “meras narrativas”.
“Fiquei surpreso quando dizem que o que acontece na Venezuela é uma narrativa”, comentou o mandatário uruguaio, sem citar a fala do presidente brasileiro.
“Vocês sabem o que nós pensamos da Venezuela e do governo da Venezuela. Se há tantos grupos no mundo tentando mediar a volta da democracia plena na Venezuela, para que haja respeito aos direitos humanos, para que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com um dedo”, reagiu Lacalle Pou.
A saída da Venezuela do Mercosul
Em dezembro de 2016 - logo após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) - a cúpula do Mercosul decidiu suspender por tempo indeterminado o país de Nicolás Maduro. Além de acusar violações aos direitos políticos de opositores, a Venezuela foi afastada do bloco por questões técnicas.
Conforme a entidade, o país cumpriu apenas 80% das mais de 1200 normas técnicas que constam do tratado de adesão ao Mercosul. A principal falta foi o desrespeito de Maduro ao Acordo de Complementação Econômica #18 que estabelece a Tarifa Externa Comum – TEC - uma alíquota básica sobre produtos exportados para países de fora do bloco.
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