Troca de mensagens revelam tentativa de ganhar tempo com agências de classificação de risco dias antes do escândalo financeiro
Na esteira do Vaza Toga - que envolve a troca de 100 G de mensagens entre assessores do ministro do STF, Alexandre de Moraes - outro escândalo envolvendo acesso a conversas de WhatsApp revelou que executivos das Lojas Americanas tentaram adiar a divulgação de avaliações sugerindo rebaixamento feitas por agências de classificação de risco, dias antes de a mídia ser informada sobre o rombo na empresa em janeiro de 2023.
O material apareceu recentemente junto ao parecer do Ministério Público que sugeriu busca e apreensão em propriedades de ex-diretores da varejista em junho deste ano. Em uma das postagens feita em um grupo de WhatsApp em 3/1/2023, Fabiana Oliver, que ainda atua como diretora de Relações com Investidores, escreveu o seguinte:
“A S&P (Standard and Poor) não tem a intenção de prejudicar mas não tem como segurar um revisão de rating. Provável que saia ainda hoje. Mas vão voltar para os comitês e discutir o pedido de tempo".
Proteção dos títulos das Americanas
Já no dia 12 de janeiro, o ex-diretor financeiro Fábio Abrate questiona outros integrantes do grupo sobre o estágio das conversas com as agências, e diz que precisa agir para proteger os títulos da dívida das Americanas em caso de rebaixamento das notas de crédito.
"Preciso de visibilidade de como foi a conversa com o rating. Não podemos ser surpreendidos com um downgrade. Temos que ter tempo hábil, em isso acontecendo, de compor com os bancos as margens necessárias para os hedges dos bonds (títulos de dívida)”.
No entanto, no dia seguinte à postagem vieram os primeiros downgrades: A S&P fez seu primeiro rebaixamento da Americanas para B e a Fitch reduziu para CC.
Mais detalhes sobre o caso Americanas em breve no Rumo Econômico
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