Convocado por Jair Bolsonaro, evento em Copacabana teve participação virtual de Elon Musk e discurso em inglês de deputado
A celebração do dia de Tiradentes "perdeu" um pouco de sua relevância neste domingo (21) por um motivo especial: dezenas de milhares de brasileiros invadiram a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, a convite do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um manifesto pela liberdade de expressão e contra abusos de autoridade do judiciário.
Assim como em fevereiro, na Avenida Paulista, o evento reuniu ativistas e parlamentares de oposição ao governo Lula. Entre eles, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Mario Frias (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Luciano Zucco (PL-RS), Delegado Ramagem (PL-RJ) e os senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO).
Bolsonaro iniciou seu discurso aproximadamente às 10h da manhã. Além de exaltar o trabalho feito pelo dono da rede X, Elon Musk - que gerou a série de reportagens Twitter Files Brazil - o ex-chefe do executivo disse estar “otimista” com o futuro do Brasil, ainda que algo ruim possa acontecer com ele.
“Temos tudo para vencer. Mesmo se algo ruim acontecer comigo, não percam a esperança, continuem a luta. Os covardes só podem fazer uma coisa comigo, como tentaram fazer no dia 6 de setembro de 2018 com Adélio Bispo, um de seus soldados”, afirmou Bolsonaro.
Com um discurso mais agressivo, - a exemplo do evento na Paulista - o pastor Silas Malafaia não mediu palavras para chamar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de “censor da democracia”.
“Todo ditador tem um modus operandi. Prende alguns para colocar medo nos outros para que ninguém o confronte. Quem o colocou como censor da democracia, Alexandre”, questionou Malafaia.
Já a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, destacou a importância da mulher na tomada de decisões políticas. “Precisamos de gente de bem, que tem projetos para o Rio de Janeiro e não um projeto de poder”, ressaltou a presidente do PL Mulher.
Figura proativa na Câmara, Gustavo Gayer talvez tenha feito o discurso mais eloquente entre os parlamentares. O deputado goiano também exaltou a importância do manifesto para o resto do mundo.
“Hoje nós não estamos lutando apenas pela liberdade do povo brasileiro”, exaltou Gayer. “O Brasil se tornou cenário da batalha pela liberdade no mundo”, afirmou.
Em seguida, Gustavo Gayer pediu licença para falar em inglês, dizendo "ajudar o resto do mundo" a compreender melhor o manifesto em Copacabana. “Com certeza, Elon Musk está olhando o que está acontecendo aqui agora”, completou
“Look what’s happening here in Brazil. These people who you see here are people who love liberty. We will not give up. We will be the hope of the world”
(Veja o que está acontecendo no Brasil. Essas pessoas que você vê aqui são pessoas que amam a liberdade. Não vamos desistir. Nós seremos a esperança do mundo - em tradução livre).
Luta pela liberdade amplia relevância internacional
A principal diferença entre o manifesto do Rio de Janeiro e o de São Paulo talvez tenha sido a visibilidade internacional. A rede social X - que se transformou em um teatro de guerra virtual entre autoridades brasileiras e seu proprietário - foi tomada por postagens que destacaram o evento, com direito à interação em diversas oportunidades com o seu dono, o empresário Elon Musk.
Ao encaminhar um vídeo da manifestação, o professor canadense Gad Saad comentou que boa parte do sucesso da carreata de Bolsonaro se devia às recentes ações de Musk. “Muito do crédito vai para Elon Musk. Uma força do bem mais uma vez!, escreveu Saad.
Poucos minutos depois, Elon Musk agradeceu para responder à postagem: “Eu desejo o melhor para o povo do Brasil”.
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