Além de convencer indianos e indonésios de seu alinhamento com a agenda climática, Lula quer mostrar um "novo Brasil" na Cop 28
Lula e Carlos Fávaro - Agência Brasil/EBC
Ainda que seja apenas nas aparências, não é exagero afirmar que o governo Brasileiro deu uma guinada radical, assim que Luiz Inácio Lula da Silva tomou o lugar de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Ao contrário dos robustos incentivos ao grande produtor rural vistos nos últimos quatro anos, o agronegócio nacional foi cooptado pelos novos administradores para ser usado como moeda de troca na agenda climática da ONU.
Prova dessa tendência está na agenda do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que na última sexta-feira (27) embarcou rumo à Ásia para convencer os governos de Índia e Indonésia do poder “sustentável” de nossa agropecuária.
Na lista de desejos do emissário de Lula está a promessa de incorporar pastagens de “baixa produtividade” em áreas de plantio “que não avance em áreas preservadas”.
“Falamos das iniciativas inovadoras nas quais estamos trabalhando, principalmente por meio da Embrapa, que concluiu o trabalho de estruturação para os seus próximos 50 anos”, revelou Fávaro ao adiantar a Lula detalhes da pauta que será debatida dia 30 de novembro em Dubai, na Cop 28 - a conferência do clima da ONU.
Promessa já cumprida pelo agro nacional
Por sempre ser tratado por governos de esquerda como o “vilão” da história, pouco se fala na mídia tradicional sobre os compromissos da agropecuária com o meio ambiente.
Desde 2012, o produtor rural já segue à risca a Lei 12.651, conhecida como Lei da Reserva Legal. Na prática, ela significa que, de forma obrigatória, o agricultor precisa ter 20% de sua propriedade mantida com a vegetação natural.
A regra para o agro é ainda mais exigente para os proprietários de terras na Amazônia Legal, onde 80% da área de floresta nativa deve ser preservada.
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