Lula tenta justificar alta nos preços: "Não é possível baixar do dia para a noite"
- Núcleo de Notícias
- 20 de fev.
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Presidente culpa exportações e clima, mas ignora políticas econômicas que agravam a inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o governo “não consegue controlar” os preços dos alimentos “do dia para a noite”, em mais uma tentativa de minimizar os impactos da inflação sobre a população. Durante entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro, Lula disse que o governo federal está atuando para reduzir os preços, mas evitou assumir qualquer responsabilidade direta pelo aumento do custo de vida.
Ao ser questionado sobre o preço elevado do ovo e do café, Lula alegou que o Brasil “virou quase um supermercado do mundo” e que a exportação de produtos não pode justificar aumentos internos. Segundo ele, uma reunião com atacadistas seria necessária para conter a escalada dos preços.
“Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que está R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo mesmo. Vamos ter que fazer uma reunião com os atacadistas para saber como podemos trazer isso para baixo”, declarou.
O presidente ainda atribuiu a alta dos preços a fatores climáticos e ao mercado externo, mencionando o impacto de secas, chuvas intensas e queimadas, além da gripe aviária nos Estados Unidos, que teria transformado o país em importador de ovos brasileiros.
Realidade econômica desmente otimismo de Lula
Apesar das declarações, os preços elevados dos alimentos são reflexo direto da falta de medidas eficazes para reduzir a carga tributária e estimular a produção interna. O próprio governo tem contribuído para a pressão inflacionária com políticas de aumento de gastos públicos e entraves ao setor produtivo.
Lula também insistiu que a economia brasileira crescerá 3,8% em 2024, contrariando previsões do mercado financeiro. A promessa de crescimento, somada à afirmação de que a inflação está “razoavelmente controlada” e que o país teve um déficit fiscal “quase zero”, mostra um descolamento da realidade econômica, já que o aumento dos gastos públicos e a falta de reformas estruturais ameaçam a estabilidade fiscal do país.
A postura do governo de culpar fatores externos e prometer soluções sem apresentar medidas concretas evidencia a dificuldade da atual gestão em enfrentar os desafios econômicos. Enquanto isso, os brasileiros continuam lidando com preços altos e um custo de vida cada vez mais pesado.
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