Lula quer centralizar a economia
- Carlos Dias
- 21 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Presidente ataca a independência do Banco Central

Em recente entrevista num programa veiculado por uma grande rede tradicional de comunicação, o presidente Lula (PT) apontou seu arsenal para a autonomia do Banco Central do Brasil. Com a narrativa de defesa dos pobres, que não ocorreu quando se associou a medidas restritivas econômicas no período da crise sanitária, Lula exibiu a intenção de promover um centralismo econômico no seu governo.
Dando curso à relativização de políticas macroeconômicas estabilizadoras, o presidente questionou a eficácia da independência do BC e o significado para a economia brasileira de tal necessidade. Lula, considerou “bobagem” que a independência do Banco Central por si só possa garantir decisões mais adequadas de que quando o presidente do BC era indicado e removido por vontade do presidente da República.
Usando da demagogia que lhe é especialmente própria, Lula, criticou a elevada taxa de juros como instrumento de contenção da inflação. Na mesma linha perigosamente intervencionista, as sinalizações do ministro da Fazenda ao descuidar dolosamente da gestão fiscal, apontam, como o mercado já espera, para o crescimento significativo da inflação e da SELIC, fatores inibidores de investimentos, de geração de emprego e de crescimento do PIB.
Essa entrevista do presidente Lula trouxe o entendimento e a certeza de que haverá um forte embate do governo do PT com a equipe do Banco Central nas reuniões do Conselho Monetário Nacional objetivando forçar a autoridade monetária a acelerar artificialmente o processo de redução da taxa de juros interna. E, não havendo convergência do BC no sentido de alterar a política monetária, como tudo parece indicar, o governo Lula irá tentar reverter a autonomia do Banco Central no legislativo ou, até mesmo, no Supremo Tribunal Federal.
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