O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, era defensor de Jean Paul Prates e não foi consultado sobre a saída do aliado
A urgência em demitir Jean Paul Prates da presidência da Petrobras exigiu uma operação de caráter “sigiloso” no núcleo duro do governo Lula. A apuração é da Folha de S. Paulo.
Aliados do mandatário confidenciaram informações que apontam a exclusão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da reunião que definiu o futuro de Prates na estatal.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também ficou de fora do encontro costurado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Os detalhes do acerto, segundo interlocutores, foram conduzidos sem Haddad para evitar que o chefe da equipe econômica pudesse intervir novamente. Teria sido Haddad quem “salvou” Prates do primeiro processo de fritura, durante o incidente relacionado aos dividendos extraordinários da Petrobras.
A exclusão do ex-prefeito de São Paulo das decisões foi notada logo após a confirmação da saída de Jean Paul Prates do comando da petroleira. Haddad permaneceu em silêncio após mudança endossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Petrobras demitiu mais 30 funcionários
Jean Paul Prates não foi o único a ser excluído da Petrobras nesta semana. Pelo menos 30 funcionários que atuavam na empresa, e que eram nomes de confiança do ex-presidente da estatal, foram imediatamente desligados. As ordens para a devassa no quadro de colaboradores foi dada pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Na lista da degola entraram nomes como o do diretor financeiro Sérgio Caetano Leite e do gerente executivo de Relações Institucionais, João Paulo Madruga. A decisão de excluir os servidores ligados a Prates foi tomada para que a futura presidente, Magda Chambriad, possa compor sua própria equipe, assim que assumir o cargo.
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