Sem oferecer respostas, Lula e aliados tentam justificar benefícios da reforma
- Núcleo de Notícias
- 22 de dez. de 2023
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Promulgada no Congresso, reforma tributária levará 10 anos para ser consolidada e acumulará impostos

Lula com as provas nas mãos: reforma é promulgada ao som de vaias - Agência Brasil/EBC
O ano de 2023 está chegando ao fim, com uma marca que o governo Lula tenta ignorar: a redução do ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e queda na arrecadação, apesar das medidas aplicadas para tributar o consumo.
Com a reforma tributária finalmente promulgada pelo Congresso, os protagonistas do processo que passou por deputados e senadores sem uma análise mais profunda de seus impactos decidiram dobrar a aposta e “prometer” crescimento econômico já a partir de 2024.
Rodrigo Pacheco diz que a reforma é fruto do “diálogo democrático”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi o autor da declaração mais simplista e óbvia. Com a entrada incessante de emendas parlamentares na reta final da votação da PEC 45/2019 na Câmara, o senador mineiro traduziu o esforço de Lula para garantir a aprovação de seu projeto de cunho arrecadatório como “diálogo democrático”.
"Fomos capazes de dialogar com a sociedade, com o governo, com os agentes públicos, com os agentes privados. A Emenda Constitucional ora promulgada é produto do diálogo democrático”, ressaltou Pacheco.
Arthur Lira afirma que aprovação da Reforma Tributária foi “memorável”
Com a seção de comentários trancados no Instagram desde que passou a colocar em votação todas as propostas defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Arthur Lira (PP-AL) afirmou que a aprovação da reforma tributária foi “fruto de intensa negociação política”.
"A reforma tributária não nasceu de um ato autoritário ou da vontade de um governo. E sim de uma intensa negociação política, de um diálogo permanente entre nós, parlamentares, com diversos setores da sociedade brasileira”, relatou o presidente da Câmara, obviamente contando apenas parte da história.
Ao comemorar o triunfo defendido pelo governo Lula e endossado pelo Centrão, Lira deixou de lado dois eventos cruciais que impulsionam sua votação no parlamento brasileiro. Sem abrir espaço aos apelos da oposição, Lira conseguiu garantir o caráter de urgência para a votação da matéria e, na reta final, escolheu uma sexta-feira esvaziada e com direito a plenário virtual para ratificar a proposta de emenda à constituição que afetará milhões de brasileiros
Fernando Haddad afirma que reforma “trará justiça tributária”
O maior defensor da promulgação da PEC 45/2019, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou perante ao Congresso Nacional que as regras que irão alterar o sistema tributário brasileiro - principalmente a partir de 2033, com a conclusão da transição - irá trazer “justiça” ao país. Haddad, evidente, não comentou sobre o inevitável acúmulo de impostos que irão ocorrer neste período, onerando a classe produtiva ainda mais.
“Ela (a reforma) é perfeita também porque ela é humilde e reconhece que o processo histórico há de torná-la cada vez melhor. Sem a liderança do Rodrigo Pacheco e Arthur Lira nós não chegaríamos até aqui. Que nós possamos consolidar essa reforma ao longo dos anos para que essa litigiosidade dê espaço à concórdia, ao entendimento, à transparência, à justiça tributária”, ponderou o ministro.
Lula diz ter orgulho de ser o primeiro a aprovar uma reforma tributária
Recebido com vaias por boa parte do Congresso na quarta-feira (20) em seu discurso sobre a promulgação da PEC 45/2019, o presidente da República destacou ter sido “o primeiro da história” a garantir uma reforma tributária. Lula ainda destacou que a matéria é um “compromisso com o povo” e que irá gerar “crescimento econômico”
"Não precisa gostar do Lula, mas guardem essa foto, e se lembrem: contra ou a favor vocês contribuíram para que este país, na primeira vez no regime democrático, aprovou uma reforma tributária", alertou.
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