Presidente indica 18 nomes para agências estratégicas em movimento político visando apoio no Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Senado, nesta segunda-feira (16), um “pacotão” com 18 indicações de diretores para agências reguladoras. A lista, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, chega em um momento crítico para o governo, que busca consolidar apoio no Congresso para aprovar medidas de "corte" de gastos até sexta-feira (20).
As indicações refletem acordos com partidos da base governista, distribuindo cargos estratégicos para agradar aliados e garantir governabilidade. Todos os indicados ainda precisam passar por sabatinas nas comissões do Senado e serem aprovados em plenário.
Nomes indicados e articulação política
Guilherme Sampaio (PSD) assumirá a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula concessões bilionárias de rodovias e ferrovias. Sua indicação foi articulada pelo PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Tiago Faierstein (Republicanos) foi escolhido para comandar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele é diretor comercial da Infraero e teve sua nomeação costurada pelo Republicanos, que já controla o Ministério dos Portos e Aeroportos.
Wadih Damous (PT-RJ), advogado e ex-deputado federal, foi indicado para presidir a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Damous atualmente ocupa a Secretaria Nacional do Consumidor no Ministério da Justiça.
Artur Watt Neto, aliado do senador Otto Alencar (PSD-BA), foi indicado para chefiar a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Pietro Mendes, atual secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, assumirá uma vaga na diretoria, mas não o comando da agência.
Leandro Pinheiro Safatle, economista, foi escolhido para substituir Antônio Barra Torres na presidência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por aprovar medicamentos e vacinas.
Base política e interesses governamentais
As agências reguladoras são vitais para a economia, regulando setores que movimentam investimentos bilionários. A distribuição desses cargos fortaleceria a base governista em um momento em que Lula precisa assegurar apoio no Senado para aprovar medidas econômicas.
A estratégia do governo reforça a dependência de negociações políticas para avançar com qualquer agenda, evidenciando a troca de favores entre o Executivo e os partidos aliados.
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