Lula ouviu o pedido do cacique Raoni, durante cerimônia na Amazônia paraense
Agência Brasil/EBC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a seguir a cartilha da da União Europeia e culpou o agronegócio pela diminuição da demarcação de terras indígenas no Brasil. A declaração aconteceu em um evento realizado na Ilha do Combu, próxima a Belém, no Pará, com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, após o anúncio da “parceria” na exploração das riquezas da Amazônia.
“Os conservadores, os latifundiários brasileiros costumam dizer que o povo indígena já tem muita terra no Brasil, já tem 14% do território demarcado (...)14% é pouco diante do que eles precisam ter para manter seu jeito de viver”, reclamou.
Após condecorar o líder indígena Raoni Metuktire, Lula ouviu um novo apelo para que o governo não permita continuar com o projeto de construção da ferrovia EF-170, conhecida como Ferrogrão. As obras, reiniciadas no governo Bolsonaro, têm como objetivo facilitar a escoação da soja da cidade de Sinop, no Mato Grosso, ao rio Amazonas.
“Presidente Lula, me escute. Eu subi com você a rampa do Palácio do Planalto, na posse e eu quero pedir que vocês não aprovem o projeto de construção da ferrovia Sinop, mais conhecida como Ferrogrão”, clamou Raoni.
A construção do Ferrogrão foi paralisada em 2021 por decisão do ministro e relator da disputa no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em março, o PSOL - atendendo a solicitação de grupos indígenas - reforçou o pedido de congelar os trabalhos.
Alckmin já disse que Lula foi o responsável pelo boom do agro
Em agosto de 2022, no início da campanha eleitoral, o então aspirante a vice de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin (PSD), afirmou que o governo Lula foi pioneiro na expansão do agronegócio na Amazônia, sugerindo que os fazendeiros provocaram o aumento do desmatamento na região.
“Quem impulsionou o agronegócio foi o governo do presidente Lula. Os juros eram 2,5%, hoje é 15%. Crédito agrícola, seguro rural, conquista de mercado. Hoje o maior perigo do agronegócio é a devastação da Amazônia”, declarou.
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