Criada para baratear a conta de luz, a medida provisória poderá ter efeito contrário, pois pagará subsídios a empresas que não precisam
Agência Brasil/EBC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a Medida Provisória (MP) que prevê queda entre 3,5% e 5% nos valores das contas de luz dos consumidores residenciais. A MP também prevê criação de empregos com leilões de linhas de transmissão e investimentos de R$ 165 bilhões em projetos de geração hidroelétrica, eólica, solar e de biomassa até 2026.
Segundo o Ministério das Minas e Energia, quando os empreendimentos forem concretizados eles adicionaram 34 Gigawatts de potência ao Sistema Interligado Nacional (SIN),
Como Rumo Econômico mostrou, o desconto das contas seria obtido por meio da antecipação de recursos da Eletrobras – hoje, privatizada (cerca de R$ 25 bilhões), além do congelamento de tarifas em estados que pagam “valores distorcidos” e da antecipação do funcionamento de linhas eólicas e fotovoltaicas.
O ex-diretor geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, admitiu à Folha de S. Paulo que a MP do governo “é complexa”. "É preciso uma pedra de roseta para decifrar a MP", afirmou o engenheiro, se referindo ao artefato arqueológico composto de hieróglifos (escrita antiga egípcia).
O especialista acredita que a medida pode baratear as contas agora, mas pode torná-las mais caras no futuro. Isso porque deve gerar subsídios para empresas que não necessitam, elevando em até 7% a partir de 2029.
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