Após quase uma década no poder, Trudeau enfrenta insatisfação interna e críticas pela condução econômica e migratória
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, anunciou sua renúncia ao cargo após liderar o país por quase dez anos. A decisão ocorre em meio a um cenário político turbulento, marcado por forte queda em sua popularidade e pressões internas no Partido Liberal. Para facilitar a transição, Trudeau também determinou a suspensão do parlamento até 24 de março, permitindo que os Liberais escolham um novo líder.
"Renuncio como líder do partido e como primeiro-ministro após a seleção de um novo líder," declarou Trudeau em um comunicado.
Nos últimos meses, a insatisfação com sua liderança se intensificou, alimentada por críticas à gestão econômica e a medidas para incentivar a imigração. Esses fatores levaram ao aumento das pressões tanto de opositores quanto de membros do próprio partido, culminando em renúncias de ministros e posicionamentos públicos contrários ao governo.
Filho do ex-primeiro-ministro Pierre Trudeau, Justin chegou ao poder em 2015, após liderar o Partido Liberal em uma vitória contra os conservadores. Contudo, sua gestão enfrentou desafios crescentes, especialmente com o aumento da inflação e a reação negativa de setores da população às políticas migratórias.
Além das tensões internas, o cenário internacional adicionou mais pressão ao governo. O Canadá aguarda a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, cujo governo já sinalizou a intenção de impor tarifas sobre importações canadenses. Em uma tentativa de evitar esse movimento, Trudeau visitou Trump em novembro, mas não obteve garantias de reversão das ameaças comerciais.
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