JPMorgan alerta para recessão no Brasil no segundo semestre de 2025
- Núcleo de Notícias
- 11 de abr.
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Desequilíbrio fiscal, choques externos e desaceleração global compõem cenário desafiador para a economia brasileira

O banco norte-americano JPMorgan revisou para baixo suas projeções de crescimento para o Brasil e prevê uma recessão “superficial” no segundo semestre de 2025. A análise, divulgada nesta sexta-feira, aponta o agravamento do cenário econômico internacional e o desequilíbrio fiscal interno como fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica brasileira.
A nova projeção indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá apenas 1,9% em 2025 e 1,2% em 2026 — uma queda em relação às estimativas anteriores de 2,2% e 1,5%, respectivamente.
A margem para estímulos fiscais é considerada reduzida. O banco projeta um déficit primário de -0,8% do PIB em 2025, com possibilidade de ampliação caso o crescimento econômico decepcione. A deterioração fiscal pode ser acentuada pela queda nos preços internacionais das commodities, que afetará o superávit comercial do país e ampliará o déficit em conta corrente.
A instituição observa que o Brasil tende a ser menos afetado diretamente pelas tarifas comerciais dos EUA, com impacto estimado em apenas 0,3% do PIB. Porém, os efeitos indiretos de uma guerra comercial mais ampla são vistos como ameaças reais, capazes de comprometer o desempenho econômico.
Um dos poucos pontos positivos destacados é a possibilidade de ganho para o setor agroexportador. Com a retração das importações americanas, produtos brasileiros — especialmente agrícolas — podem ganhar espaço em mercados como o chinês, compensando parcialmente as perdas externas.
A análise conclui que o Brasil enfrentará um período de incertezas, exigindo ajustes fiscais e políticas econômicas consistentes para atravessar os desafios impostos pelo cenário global. Apesar da resiliência estrutural da economia, a combinação de risco externo e fragilidade fiscal poderá comprometer o desempenho nacional nos próximos anos.
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