IPCA dispara 1,31% em fevereiro, maior alta para o mês desde 2003

Inflação sobe com impacto da energia elétrica e educação; combustíveis seguem pressionando preços

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro, marcando o maior avanço para o mês em 22 anos, segundo o IBGE. O índice ficou 1,15 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,16%) e levou a inflação acumulada em 12 meses para 5,06%, acima dos 4,56% registrados anteriormente.

O grande vilão do mês foi o aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que sozinho impactou 0,56 ponto percentual no índice. O reajuste reflete o fim do Bônus de Itaipu, que havia reduzido temporariamente as tarifas no mês anterior.

Principais impactos na inflação

O avanço da inflação foi concentrado principalmente nos grupos Habitação, Educação, Alimentação e Bebidas e Transportes, que responderam por 92% da alta.

• Energia elétrica: +16,80% (impacto de 0,56 p.p.)

• Educação: +4,70%, com o reajuste de mensalidades escolares

  • Ensino fundamental: +7,51%

  • Ensino médio: +7,27%

  • Pré-escola: +7,02%

• Alimentação e Bebidas: +0,70%, puxado por:

  • Ovo de galinha: +15,39%

  • Café moído: +10,77%

• Transportes: +0,61%, com combustíveis pressionando:

  • Óleo diesel: +4,35%

  • Etanol: +3,62%

  • Gasolina: +2,78% (impacto de 0,14 p.p.)

INPC também dispara

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de menor renda, subiu 1,48%, também o maior avanço para fevereiro desde 2003. A energia elétrica teve um peso ainda maior nesse indicador, impactando diretamente o custo de vida das camadas mais pobres da população.

Com o avanço da inflação, cresce a pressão sobre o Banco Central para que reveja sua estratégia de cortes na taxa de juros, uma vez que a alta nos preços segue acima do esperado.