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Investidores cristãos mobilizam R$ 150 bi para barrar avanço de pautas progressistas no mercado

Coalizão conservadora de investidores intensifica pressão sobre empresas para frear iniciativas "LGBTQ+"



Um movimento crescente de investidores cristãos conservadores, representando fundos que somam cerca de R$ 150 bilhões, está utilizando sua influência acionária para questionar e combater políticas corporativas progressistas, como o apoio a causas LGBTQ+, o financiamento de viagens para abortos e iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).


Entre os principais atores dessa coalizão está a GuideStone Funds, empresa centenária que gerencia aproximadamente US$ 24 bilhões em ativos. Historicamente dedicada a aposentadorias de igrejas batistas, a gestora ampliou sua atuação para alinhar investimentos aos princípios religiosos de seus clientes, oferecendo alternativas que, segundo o chefe de advocacia acionária, Will Lofland, buscam “honrar o Senhor com todos os recursos”.


Crescimento e estratégias


Nos últimos anos, fundos religiosos conservadores ganharam força, impulsionados pela guinada política à direita nos Estados Unidos. Ativos alinhados a investimentos baseados na fé superaram US$ 100 bilhões em 2023, um aumento expressivo em relação aos US$ 72 bilhões registrados em 2020.


Além da GuideStone, outros fundos, como a Inspire Investing e os Cavaleiros de Colombo, também têm liderado esforços contra políticas progressistas em grandes corporações.


A coalizão também conta com o apoio de tesoureiros estaduais republicanos, que controlam coletivamente US$ 590 bilhões em ativos e têm pressionado empresas da Fortune 1000 a abandonarem programas de DEI.


Desafios e impacto


Apesar da crescente adesão de investidores institucionais, o sucesso em votações de acionistas ainda é limitado. Uma proposta apresentada contra a Microsoft em 2023, relacionada a benefícios de cuidados reprodutivos e disforia de gênero, obteve apenas 1% dos votos. No entanto, o impacto das ações conservadoras pode se manifestar mais fortemente nas decisões executivas das empresas, especialmente diante do aumento da pressão contra políticas ESG (ambientais, sociais e de governança).


Retornos financeiros


Além de suas convicções, os fundos religiosos têm mostrado competitividade no mercado. O GuideStone Equity Index Fund, maior fundo da empresa, apresentou um retorno de 20% em 2023, próximo ao desempenho do S&P 500, que rendeu 23%.


Perspectivas futuras


A coalizão cristã conservadora pretende ampliar sua base de investidores e intensificar a pressão sobre empresas em 2025. Com a meta de alinhar capital e valores religiosos, os fundos buscam redefinir práticas corporativas em Wall Street, desafiando o avanço de políticas progressistas.

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