Presidente tenta desmerecer a privatização da Eletrobras, enquanto fatos apontam avanços e fortalecimentos do setor energético no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar, nesta segunda-feira (26), a venda da Eletrobras realizada durante o governo de Jair Bolsonaro, classificando a privatização como um "crime de lesa-pátria". Durante um discurso no Ministério de Minas e Energia, após uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Lula expressou sua frustração ao retornar à presidência e encontrar a Eletrobras privatizada.
"Eu sonhei que a Eletrobras seria tão importante quanto a Petrobras nesse País", disse Lula, adotando um tom saudosista. "E é com muita tristeza, muita tristeza que eu volto à Presidência da República e encontro a Eletrobras privatizada. Na verdade, não a privatizaram, cometeram um crime de lesa-pátria contra o povo brasileiro entregando uma empresa dessa magnitude", afirmou o presidente, ignorando os dados que apontam para melhorias no setor desde a privatização.
A crítica de Lula, no entanto, carece de uma análise objetiva dos benefícios que a venda da Eletrobras trouxe para o Brasil. A privatização permitiu a entrada de novos investimentos, modernização da infraestrutura e maior eficiência operacional, fatores que contribuíram para o fortalecimento do sistema elétrico nacional. Ao contrário da narrativa de "crime de lesa-pátria" defendida por Lula, a privatização da Eletrobras foi um passo estratégico para garantir a competitividade e a sustentabilidade do setor energético no país.
Enquanto Lula lamenta a venda da Eletrobras, ele evita mencionar o recente desempenho de empresas sob controle do governo, como a Petrobras e os Correios. A Petrobras, embora seja uma empresa de capital misto, é fortemente controlada pelo Estado, e fechou o segundo trimestre de 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, o primeiro resultado negativo em quase quatro anos. Além disso, os Correios, outra estatal, registraram um prejuízo de R$ 800 milhões no primeiro trimestre de 2024. Esses números são indicativos dos problemas estruturais e de gestão que muitas vezes acompanham as empresas sob controle estatal.
O discurso de Lula, ao defender o centralismo estatal, parece mais alinhado com seu projeto de poder do que com os interesses dos brasileiros. A privatização da Eletrobras, ao contrário do que Lula sugere, não foi um ato contra o povo, mas uma medida a favor do desenvolvimento econômico do Brasil.
Lula mencionou projetos hidrelétricos como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau para justificar sua insatisfação com a privatização, mas deixou de reconhecer que a Eletrobras, agora uma empresa privada, está em uma posição mais forte para continuar investindo em grandes projetos de infraestrutura, com maior capacidade de inovar e se adaptar às demandas do mercado.
O centralismo estatal defendido por Lula, demonstrado pela situação da Petrobras e dos Correios, não se traduz em benefícios para o Brasil, mas sim em um enfraquecimento das empresas e, consequentemente, da economia. A privatização da Eletrobras, ao contrário, se mostrou uma decisão estratégica que beneficia o país como um todo, promovendo eficiência e progresso no setor energético.
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