Em um mercado ainda pouco conhecido, China e EUA disputam contratos milionários para garantir o tráfego de internet global
Rede de cabos submarinos - Freepik
Além da guerra mercadológica e da disputa pela influência geopolítica, uma versão relativamente nova de guerra fria tem aquecido ainda mais o cenário de rivalidade entre China e Estados Unidos.
Especialistas em segurança e tecnologia, que falaram recentemente à revista Time, especulam que a disputa pela instalação de cabos submarinos para sustentar as operações de internet pode comprometer as comunicações em caráter global.
Atualmente, existem cerca 1,2 milhão de quilômetros de cabeamento submarino operados por 400 redes que proporcionam serviços de streaming, operações financeiras de SWIFT, chamadas de vídeo, e posts em redes sociais. Ao todo, esse modal de transmissão responde por 95% do tráfego de internet.
Um exemplo da disputa pelo que os analistas chamam de “artérias ocultas da globalização” pode ser observado no triunfo da norte-americana SubCom em um projeto de instalação de cabos submarinos para compartilhar dados entre a Ásia e a Europa orçado em US$ 600 milhões.
Embora a HMN Tech - empresa que chegou a ser controlada pela chinesa Huawei - tenha apresentado preços mais acessíveis, um consórcio global liderado pela Microsoft optou pela SubCom, alegando suspeitas de espionagem, três anos depois do início das negociações.
EUA x China: uma disputa assombrada pela espionagem
Situação semelhante ocorre no setor público dos Estados Unidos. A Team Telecom, controlada pelo Departamento de Justiça norte-americano tem agido nos bastidores para impedir a aproximação de companhias chinesas nas operações de ligação direta via cabo submarino entre Estados Unidos e China.
Do lado chinês, a informação é que a “rejeitada” HMN Tech tem buscado soluções alternativas para sobreviver no mercado. Para garantir uma rota entre Singapura-Oriente Médio e França - a companhia chinesa investiu US$ 500 milhões para desenvolver sua própria rede de cabos submarinos.
No projeto, um consórcio liderado pelo governo de Xi Jinping já tem assinado, inclusive, uma série de acordos com fornecedores do setor de comunicações do gigante asiático.
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