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Governo quer alterar rotativo do cartão e incluir no “Desenrola Brasil”

Febraban diz que limitar juros pode diminuir a oferta de crédito no país

A mão grande e forte do Estado pretende interferir na política de juros usada pelas empresas de cartão de crédito. Segundo a proposta do governo Lula, a intenção seria extinguir a atual cobrança do rotativo, que pode chegar a 450% ao ano. Um cliente entra nessa forma de cobrança toda vez que deixa de quitar (total ou de forma parcial) o valor total de seu débito.


Desta forma, se o boleto permanecer sem pagamento durante 30 dias, a regra atual para os bancos é de renegociar a dívida com juros a 15% ao mês. No entendimento da equipe econômica chefiada por Fernando Haddad, uma saída para o problema dos inadimplentes seria fixar o rotativo em 100%. As instituições financeiras, contudo, podem oferecer alternativas, contanto que os patamares dos juros sejam inferiores.


O prazo para que as partes interessadas apresentem contrapropostas termina em em novembro. Caso não haja alternativa, as regras sugeridas pelo deputado Alencar Braga (PT-SP), devem prevalecer e integrar o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil.


O que parece simples e mais vantajoso - apenas dobrar a dívida anual, ao invés dos atuais 450% - acendeu o sinal de alerta para as empresas de cartão de crédito. A análise das operadoras é de que a oferta de possibilidades de parcelar compras irá diminuir automaticamente - principalmente, as opções sem juros.


O motivo central seria o temor do crescimento dos índices de inadimplência, que viriam com o aumento das operações com cartões de crédito no mercado. A visão de poder comprar com juros menores no rotativo seria atraente, mas sujeita a riscos para quem oferece o crédito.


Na perspectiva da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) a medida pode ser incluída entre as mais temerárias. A instituição afirmou que irá buscar saídas nos próximos três meses para uma nova forma do rotativo. Entretanto, a Febraban já adiantou que a ação de limitar os juros de forma artificial irá impactar diretamente na oferta de crédito aos consumidores.

CRÉDITOS (Foto): Sum Up

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