Governo prejudica produtores nacionais ao zerar imposto de importação de alimentos

Medida expõe setor agropecuário à concorrência desleal e ignora desafios enfrentados pelo campo

O governo federal anunciou a isenção do Imposto de Importação sobre nove alimentos, alegando que a medida ajudará a conter a inflação. No entanto, essa decisão representa um duro golpe para os produtores rurais brasileiros, que já enfrentam uma série de dificuldades, como aumento nos custos de produção, tributação elevada e falta de incentivos concretos.

Entre os itens afetados estão milho, café, açúcar, carnes e óleo de girassol, produtos nos quais o Brasil é um dos principais exportadores mundiais. A isenção beneficia concorrentes estrangeiros em detrimento dos agricultores locais, que verão seus produtos desvalorizados pelo influxo de mercadorias importadas.

O vice-presidente Geraldo Alckmin tentou minimizar os impactos da decisão, alegando que a medida apenas complementará a oferta de alimentos e não prejudicará o produtor nacional. No entanto, a realidade do setor agropecuário brasileiro desmente essa narrativa. Produtores enfrentam constantes oscilações no mercado, além de altos custos com combustíveis, fertilizantes e logística. Ao invés de apoiar quem garante o abastecimento interno, o governo opta por enfraquecer a produção nacional, favorecendo produtos estrangeiros que, muitas vezes, não seguem os mesmos padrões de qualidade exigidos no Brasil.

Além da redução de tarifas, o governo anunciou o fortalecimento dos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas sem detalhar como isso será feito. Outra promessa foi a priorização dos alimentos da cesta básica no próximo Plano Safra, sem esclarecer como os financiamentos subsidiados serão direcionados para evitar que o setor produtivo continue arcando com prejuízos.

Enquanto isso, os produtores rurais seguem como alvo de uma política que prefere buscar soluções paliativas em vez de fortalecer a agricultura nacional. O agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia, mas, ao invés de estímulos e incentivos, recebe mais uma pancada do governo, que, sob o pretexto de conter a inflação, compromete a competitividade de quem gera riqueza e empregos no país.