Entidades do agro gaúcho contestam necessidade de importação de arroz
Depois de anunciar a importação de 1 milhão de toneladas de arroz e de zerar a taxa de três tipos do cereal, o governo Lula decidiu cancelar de forma provisória a compra do produto no exterior. A explicação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, foi a disparada de preços cobrados por países do Mercosul.
“Nós íamos comprar (inicialmente) 100 mil toneladas, mas, pelos preços que eles estavam anunciando, nós íamos comprar só 70 mil. Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo. Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar”, ressaltou o ministro.
A aquisição de arroz, entretanto, se transformou em uma nova disputa entre os produtores do Rio Grande do Sul e o governo Lula. Enquanto o ministro da Agricultura afirma que a medida tem como alvo “evitar o desabastecimento de arroz no Brasil”, representantes do agro gaúcho negam que as enchentes ofereçam tal risco.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) garantiu que a produção do Rio Grande do Sul ainda é suficiente para manter a estabilidade do mercado nacional
"Não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno. As enchentes trazem dificuldades na colheita, mas não faltará arroz nas prateleiras”, afirmou o presidente da entidade, André Barretto.
Já a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul, por sua vez, apontou que o grande problema do estado é a logística que impede a distribuição do arroz para as demais unidades da federação.
“Nós nos reunimos com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e explicamos que o grosso da safra de arroz já havia sido colhido, e que apenas uma pequena parte havia sido atingida pelas enchentes”, explicou o representante da Farsul. Gerson Raugust.
Comments