Galípolo aponta que cenário de juros elevados no Brasil deve perdurar
- Núcleo de Notícias
- 2 de dez. de 2024
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Diretor do Banco Central destaca política monetária contracionista em meio a desafios econômicos internos e globais

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira que a conjuntura econômica exige uma postura mais contracionista da autoridade monetária, sinalizando que os juros deverão permanecer elevados por mais tempo. A declaração ocorre semanas antes da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2024, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro.
Segundo Galípolo, o comportamento da economia brasileira tem frustrado expectativas de desaceleração, justificando ajustes na política monetária. A Selic, atualmente em 11,25% ao ano, poderá sofrer nova elevação, com o mercado especulando sobre um possível aumento de 0,50 ou 0,75 ponto percentual.
— Parece lógico imaginar esse movimento. O Banco Central migrou gradualmente de um ciclo de cortes para uma pausa e, depois, para um ciclo de alta de juros — explicou o diretor, que assumirá a presidência do BC em janeiro.
Galípolo também enfatizou que a desancoragem das expectativas de inflação tem sido uma preocupação central. Ele defendeu que o Banco Central possui os instrumentos necessários para atingir o centro da meta de inflação, de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
— Sou da opinião de que quem persegue a meta não deveria determinar a própria meta. Mas esse é um tema superado — disse.
Além das questões domésticas, o diretor destacou desafios globais, como a desaceleração da economia chinesa e a incerteza econômica nos Estados Unidos com o retorno de Donald Trump à presidência. Apesar disso, Galípolo expressou confiança na resiliência do Brasil, mencionando o câmbio flutuante e as reservas internacionais como importantes amortecedores.
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