Mesmo com arcabouço fiscal em pauta, expectativas sobre a alta de impostos tem forte impacto no mercado
Pouco antes de assumir o Planalto pela terceira vez, Lula admitiu que o “teto de gastos era uma bobagem” e que não “agradaria o mercado”. As falas do presidente da República parecem se tornar realidade após sete meses de sua administração.
Embora eventos externos como a crise imobiliária chinesa e a alta dos juros nos EUA afetem diretamente o Brasil, os entraves na votação do arcabouço fiscal e as incertezas geradas pela reforma tributária são fatores que não podem ser ignorados.
Em 16 de agosto, a B3 completou 13 quedas consecutivas, superando as 11 perdas seguidas de fevereiro de 1984, quando o país era presidido por João Baptista Figueiredo, o último chefe de estado do regime militar.
Além da incerteza sobre as reformas, as questões referentes à Petrobras também influenciam o humor dos investidores. A perspectiva de alta da inflação voltou ao radar, após o mega reajuste do diesel e da gasolina.
A retomada dos reajustes foi um balde de água fria na nova política aplicada aos combustíveis, que substituiu a paridade internacional, sob comando do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O verdadeiro abalo sísmico que levou a quase duas semanas consecutivas de perdas da B3 foi puxado pela fuga de capital estrangeiro das ações vendidas no pregão nacional. Até agosto (21), quase R$ 7,4 bilhões deixaram de circular no Brasil. O resultado não só apagou os ganhos de julho como ofuscou as perdas de maio, quando R$ 4,3 bilhões de investidores estrangeiros deixaram nossa economia.
Na segunda-feira (21), após breve interrupção das perdas, a bolsa de valores de São Paulo voltou a cair em torno dos 114 mil pontos.
Já o dólar operou no sentido oposto, mantendo a trajetória de alta, cotado a R$ 4,97.
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