Agricultores paralisaram atividades no interior da França em busca de menos restrições nas lavouras e subsídios para o diesel
Tratoraços do agro francês: "Estamos no limite" - FNSEA
Sem gerar ampla repercussão na mídia tradicional, os agricultores franceses decidiram repetir os protestos iniciados há cerca de quinze dias pelos alemães, com a paralisação das atividades em diversas partes do país, como em Carbonne, interior de Toulouse.
A justificativa para a greve também se assemelha a de seus vizinhos ao norte: altos impostos no diesel para tratores, excesso de regulações governamentais, pressão sofrida por varejistas e terrorismo ecológico.
“O sentimento geral é de termos atingido o limite. Por isso, é muito difícil convencer os trabalhadores a interromper os protestos neste momento”, afirmou Arnaud Gaillot, que comanda o sindicato dos Jovens Agricultores, inspirado pelos movimentos da categoria que também já atingiram Irlanda, Polônia e Romênia, além da Alemanha.
Sindicatos buscam lei especial para proteger o agro francês
A onda de tratoraços pelo interior do país também conta com apoio da Federação Nacional dos Sindicatos de Produtores Agrícolas (FNSEA, em francês). Arnaud Rousseau, a principal liderança do sindicato, disse que não descarta ampliar os manifestos nos próximos dias.
“Os protestos irão durar até o final da semana - ou até quando for necessário”, comentou Rousseau, destacando a força dos milhares de produtores independentes dos carros-chefe do agro francês, como vinho, carne e laticínios.
Além de não descartar ampliar a greve por todo território francês caso as reivindicações não sejam atendidas, os líderes sindicais afirmaram que devem se reunir em breve com o premiê Gabriel Attal e com o Ministro da Agricultura Marc Fesenau em busca da aprovação de uma lei especial para o agronegócio.
Vale destacar que, no final do ano passado, os protestos dos fazendeiros chegaram até Paris, quando mais de mil tratores invadiram a capital francesa.
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