Federação de hotéis e restaurantes de SP promove boicote ao Carrefour

Entidade critica decisão como protecionismo prejudicial à economia brasileira

A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) convocou um boicote à rede de supermercados Carrefour, em reação ao anúncio do grupo de suspender a compra de carne proveniente dos países do Mercosul. A decisão, comunicada pelo CEO da empresa na França, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20), gerou indignação no setor, que a classificou como "protecionista e desrespeitosa".

Impacto e posicionamento

A Fhoresp, que representa mais de 502 mil empresas, afirmou que o boicote é uma demonstração de apoio ao agronegócio brasileiro e aos princípios que sustentam a gastronomia nacional. Em comunicado divulgado na sexta-feira (22), a federação destacou a relevância do mercado de carnes do Brasil, reconhecido globalmente por sua qualidade, e criticou o Carrefour por "desconsiderar o trabalho árduo dos produtores brasileiros".

O Carrefour justificou a decisão como uma resposta a exigências de mercado na França, citando que as carnes não atendem aos requisitos da União Europeia. Entretanto, a Fhoresp considera essa postura contraditória e prejudicial, apontando que a rede se beneficia amplamente do mercado brasileiro, onde opera como a maior varejista, com mais de 500 lojas.

Resposta ao mercado e ao agronegócio

A federação sublinhou que o boicote é uma oportunidade para empresários brasileiros demonstrarem sua força coletiva e protegerem a economia local. "É inaceitável que uma empresa que prospera em solo brasileiro adote práticas que desvalorizam nossos produtos e produtores", conclui o comunicado.

A medida acende debates sobre práticas comerciais internacionais e sua repercussão na economia brasileira, enquanto o agronegócio, pilar econômico do país, se vê pressionado por decisões externas que impactam diretamente a cadeia produtiva.