Decisão do Copom pode trazer alta mais agressiva dos juros diante de cenário de inflação
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), com decisão prevista para a quarta-feira (11) às 18h30, desperta discussões no mercado financeiro sobre o próximo movimento da taxa Selic. Enquanto a maioria dos analistas consultados no Boletim Focus aposta em uma elevação de 0,75 ponto percentual, que levaria a Selic para 12% ao ano, instituições como o Goldman Sachs projetam um aumento maior, de 1 ponto percentual, resultando em uma taxa de 12,25%.
Cenário econômico pressionando a decisão
A avaliação de uma alta mais expressiva tem como base fatores como:
Mercado de trabalho: A escassez de mão de obra em determinados setores tem pressionado os salários, alimentando a inflação de serviços.
Expectativas de inflação: Dados mais recentes, como o IPCA divulgado nesta terça-feira (10), reforçam a percepção de que o BC precisa atuar para ancorar as expectativas.
Necessidade de sinalização firme: Uma alta menor poderia ser vista como uma postura "dovish" (mais branda) e uma oportunidade perdida de conter a inflação de forma preventiva.
Segundo o Goldman Sachs, há 40% de chance de o BC optar por um aumento de 0,75 p.p., mas isso pode ser interpretado como insuficiente para antecipar as pressões inflacionárias futuras.
Impactos esperados
Caso o Copom adote uma alta de 1 p.p., será a primeira vez que acelera o ritmo de aperto monetário desde o início do ciclo de alta. Essa postura poderia reforçar o compromisso do BC em combater a inflação, mas ao custo de aumentar a desaceleração econômica no curto prazo.
A decisão será acompanhada de perto pelo mercado, que espera não apenas a definição da nova taxa, mas também o comunicado oficial, que deve fornecer pistas sobre os próximos passos da política monetária.
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