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Expansão do crédito e o risco da hiperinflação


A decisão de ampliar o acesso ao crédito para a população de forma indiscriminada, principalmente em um país onde a inflação já superou a meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, e atingiu 4,83% no último ano, levanta preocupações extremamente profundas que exigem uma análise mais cuidadosa. Quando analisamos criticamente pelas lentes consagradas dos preceitos da Escola Austríaca de economia, deve-se considerar que a abertura irrestrita do crédito é um passo arriscado que exacerba pressões inflacionárias. Com uma taxa de juros já elevada a 13,25% ao ano e com tendência de alta conforme sinalizado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, esse movimento tende a intensificar as engrenagens inflacionárias ao fomentar uma demanda artificial, não sustentada por ganhos reais de produtividade ou poupança.


Historicamente, políticas de facilitação creditícia sem critérios rigorosos e alinhados à capacidade de pagamento dos tomadores não apenas pressionam a infraestrutura monetária, mas também geram uma bolha de consumo. Este ambiente favorece distorções, ao mesmo tempo que impede ajustes sadios nos mercados, como a taxa natural de retorno do capital. Além disso, no contexto de déficits fiscais recorrentes, mesmo frente a recordes de arrecadação, persistem equívocos estruturais na alocação de recursos que necessitam de correção antes de novas expansões no crédito popular. Tal cenário contribui para o acirramento da relação dívida/PIB, que já se aproxima perigosamente de 80%, nível crítico para países emergentes, contradizendo os princípios de prudência fiscal defendidos, na clássica doutrina, por pensadores do porte de Ludwig von Mises.


É fundamental que antes de qualquer política expansionista de crédito, as autoridades oponham uma reforma genuína nas contas públicas, direcionem esforços reais para o equilíbrio orçamentário, promovendo privatizações e uma drástica descentralização estatal como elemento basilar da saúde fiscal de longo prazo. Na harmonia entre as políticas econômicas e o cumprimento das metas de inflação, é preciso priorizar a estabilidade sustentada ao invés do crescimento econômico impulsionado por dívidas. Relações comerciais dinâmicas, alianças estratégicas e a exploração racional dos recursos naturais, incluindo potencialidades da Amazônia, devem ser vistas como alternativas reais ao invés de apostas em soluções paliativas que ampliem a fragilidade econômica já sobrecarregada.


O fascínio por soluções rápidas através de facilitação de crédito deve, portanto, ser substituído por estratégias viáveis de crescimento econômico, fundamentadas em liberdade econômica, respeito às leis de mercado e gestão criteriosa da moeda e das políticas fiscais.

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