Ex-secretário do Tesouro do governo Lula 1 disse que DNA do presidente "é gastador" e que arcabouço fiscal compromete metas
O ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, voltou a criticar as regras do atual arcabouço fiscal brasileiro. A declaração acontece após o Ministério da Fazenda alterar os prognósticos para a dívida pública e déficit primário para 2025.
Kawall - que atuou no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) - afirmou que “não existe qualquer âncora fiscal” para limitar os gastos do governo, e que as regras “seriam controladas pelo presidente Lula”. No início de 2023, o ex-integrante do governo Lula I já afirmava que o “DNA de Lula era gastador” - declaração, aliás, que tem se confirmado.
“Foi um momento de cair na real de que não havia nenhum compromisso com a meta. O que há é a opinião do chefe do Executivo – a de que gastos não vão ser uma variável de ajuste fiscal”, comentou o economista. “Se a receita vier maior, ok. Se não vier, o déficit será mais alto”, acrescentou.
Os defeitos do arcabouço fiscal, segundo Kawall
Carlos Kawall ainda elencou alguns dos principais entraves do arcabouço fiscal, que devem comprometer o cumprimento das promessas da equipe econômica petista. São eles: despesas subestimadas e arrecadação superestimada; bloqueio de orçamento abaixo do que seria efetivo e adoção do dispositivo que permite ampliação de gastos de até R$ 15 bilhões, e que automaticamente anula o contingenciamento de despesas.
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