EUA e Irã realizam encontro sobre programa nuclear com mediação de Omã
- Núcleo de Notícias
- 13 de abr.
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Negociações indiretas em Mascate abrem caminho para possível acordo futuro, mas impasses e prazos apertados mantêm clima de tensão

Irã e Estados Unidos deram início no sábado (12) à primeira rodada de negociações diplomáticas em anos, com foco no programa nuclear iraniano e na possibilidade de alívio das sanções impostas por Washington. O encontro ocorreu em Mascate, capital de Omã, país que mediou os diálogos entre as delegações lideradas pelo ministro iraniano das Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, e pelo enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
Apesar das tratativas terem ocorrido inicialmente de forma indireta, ao final do encontro houve uma breve conversa presencial entre Araghchi e Witkoff, na presença do chanceler de Omã, Badr al-Busaidi. A reunião durou cerca de duas horas e meia e, segundo o lado iraniano, foi conduzida em clima respeitoso e construtivo.
— Nenhuma linguagem imprópria foi usada, e as duas partes demonstraram comprometimento em avançar até a obtenção de um acordo mutuamente benéfico, em condição de igualdade — afirmou Araghchi aos jornalistas.
Ainda de acordo com o diplomata iraniano, o objetivo do próximo encontro, agendado provisoriamente para 19 de abril, é estabelecer um cronograma e iniciar as tratativas mais substanciais. O local da nova rodada ainda não está confirmado, podendo ser fora de Omã.
Em declarações feitas a bordo do Air Force One, o presidente Donald Trump adotou um tom cauteloso, mas positivo:
— Está indo bem. Mas nada importa até que se concretize. A situação com o Irã está razoavelmente boa — disse.
A Casa Branca, por sua vez, destacou a importância do contato direto entre os negociadores como um avanço diplomático. Witkoff, aliado próximo de Trump e figura central nas tratativas regionais, já havia sido reconhecido por seu papel nas negociações para a trégua em Gaza com o governo de Israel.
Apesar do clima de otimismo moderado, analistas alertam que os obstáculos são significativos. Autoridades iranianas têm resistido a concessões substanciais, enquanto o presidente Trump estabeleceu um prazo de dois meses para a obtenção de um avanço concreto, deixando claro que uma falha nas negociações pode levar à adoção de medidas militares.
As negociações se dão em um contexto tenso, com o Irã sendo reiteradamente denunciado por seu financiamento a grupos terroristas e pelo uso político de seu programa nuclear. A disposição momentânea ao diálogo por parte do regime dos aiatolás não altera os fundamentos do regime autoritário de Teerã, que continua sendo uma ameaça à estabilidade regional e à segurança internacional.
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