Estados enfrentam grave crise de desabastecimento de vacinas

Escassez afeta imunização contra diversas doenças e ameaça saúde pública

Um levantamento recente revelou que pelo menos 11 estados brasileiros estão sofrendo com a falta de imunizantes essenciais, incluindo vacinas contra covid-19 e outras doenças de alto impacto. A situação, reportada pelas secretarias estaduais de saúde, expõe uma grave crise na distribuição nacional de vacinas, contradizendo as afirmações do Ministério da Saúde de que não há desabastecimento.

Entre os estados afetados estão Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso e Pernambuco, que relatam ausência de imunizantes como tríplice viral, febre amarela, varicela e DTP. Em alguns casos, como na Paraíba, a falta de vacinas contra catapora já dura meses. Minas Gerais, por sua vez, enfrenta problemas na reposição de doses desde julho, dificultando a manutenção de uma cobertura vacinal mínima.

Apesar da gravidade, o Ministério da Saúde atribui a situação a "desafios momentâneos na distribuição", alegando problemas com fornecedores e limitações na produção global. Entretanto, estados como Mato Grosso do Sul e Tocantins alertam que o déficit acumulado requer a entrega imediata de centenas de milhares de doses para normalizar os estoques.

Enquanto a situação não é resolvida, há riscos iminentes de agravamento das taxas de contaminação e ressurgimento de doenças controladas. A ausência de vacinas contra HPV e meningite, por exemplo, pode comprometer campanhas essenciais de prevenção a longo prazo, ampliando os impactos na saúde pública.

Estados como São Paulo e Paraná indicaram que, embora ainda possuam estoques, enfrentam risco de desabastecimento iminente. No Rio de Janeiro, a escassez de vacinas contra hepatite A e hepatite B já pressiona a gestão estadual.

A falta de uma resposta clara e eficaz do governo federal para reverter o cenário levanta questionamentos sobre a gestão das políticas de imunização no país. Além de ameaçar diretamente a saúde da população, o desabastecimento pode comprometer os esforços de controle epidemiológico de doenças evitáveis por vacinação.