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Ernesto Araújo: "Todos que são contra Maduro correm risco de morte"

Em entrevista ao Rumo Econômico, o ex-chanceler Brasileiro escancarou o que o governo Lula tenta esconder sobre Maduro e a Venezuela




Antes de conversar com o Rumo Econômico nesta quarta-feira (31), o ex-chanceler Ernesto Araújo esteve envolvido em uma série de lives e entrevistas, onde ofereceu sua costumeira e precisa visão sobre os bastidores da política internacional. O tema em análise é preocupante: a fraude nas eleições da Venezuela e sua influência direta no Brasil.


Apesar da extenuante jornada - que ultrapassou 5 horas de duração - o ex-ministro das Relações Exteriores concordou em abordar o tema mais uma vez, sempre com a costumeira destreza. Confira a seguir nossa entrevista exclusiva com o diplomata.


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Rumo Econômico -  A oposição já têm em mãos a maior parte das atas das urnas que comprovam a fraude na eleição presidencial da Venezuela. Essa documentação pode gerar alguma intervenção internacional séria no país?


Ernesto Araújo - Essa documentação é muito importante, pois para qualquer observador minimamente honesto e imparcial, ela mostra a fraude gigantesca que ocorreu. Ela reforça todo o movimento de tomada de consciência mundial sobre o que aconteceu na Venezuela: Maduro perdeu e está querendo “levar no roubo”. É impossível saber até onde isso chegará, mas a desmoralização de Maduro frente ao mundo só tende a crescer.


Rumo Econômico - Os EUA chamaram Lula para abordar a situação crítica provocada por Maduro e seus asseclas. Qual seria o real objetivo dessa conversa, visto que a política de Joe Biden é das mais brandas, se tratando de um presidente norte-americano?


Ernesto Araújo - Dos dois lados - falando sobre Lula e Maduro - o objetivo é fingir que estão preocupados com a Venezuela. Na verdade, Lula quer ajudar Maduro a diminuir a pressão internacional contra ele e ganhar tempo para consolidar o roubo na base da repressão. 


Já o governo Biden tem um telhado de vidro, as suspeitas de fraude na eleição presidencial americana de 2020. Se ele disser que houve fraude na Venezuela, muita gente vai lembrar: “Mas e sobre 2020, quando os democratas disseram que os resultados eram inquestionáveis?”.



“O Brasil é na verdade um regime ditatorial corrupto com democracia de fachada e aliado das potências totalitárias”  - Ernesto Araújo



Rumo Econômico - Exceto países como Rússia, China e outras repúblicas bolivarianas, quase todos os governantes já condenaram as eleições venezuelanas. Em sua visão, o país poderá sofrer mais sanções, ou Maduro contará com o socorro de Vladimir Putin?


Ernesto Araújo - Sim, Nicolás Maduro tem o apoio firme da Rússia e da China. Ele provavelmente avalia que os EUA não comprarão briga com Rússia e China por causa da Venezuela. Certamente, ele atua de forma calculista.


Rumo Econômico - Não é segredo que o Brasil é apoiador de regimes autoritários, como Irã e Rússia, além de não condenar os ataques do Hamas a Israel. Com esse teatro das tesouras com a Venezuela, onde Lula tenta esconder a admiração pelo regime de Maduro, o que falta para o Brasil ser incluído no eixo do mal?


Ernesto Araújo - De fato, não falta nada. O Brasil é um sócio menor nesse eixo. Mas o papel do Brasil é importante para o projeto totalitário, porque muita gente no mundo não se dá conta do quanto o Brasil está metido nesse eixo, e o tratam como “neutro” - o que dá acesso a certos ambientes onde o Brasil não entraria se fosse percebido como realmente é: um regime ditatorial corrupto com democracia de fachada e aliado das potências totalitárias.


Rumo Econômico - Em sua opinião, o candidato da oposição, Edmundo González, corre risco de morte? Como deve ser o day after da eleição fraudulenta na Venezuela?


Ernesto Araújo - Maria Corina, Edmundo e todos os opositores correm risco sim, - inclusive de morte. Todos os Venezuelanos que não aceitam o roubo, a tirania, a criminalidade de Maduro correm risco de morte e todos os outros riscos. É um cenário triste.


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