Petrobras acaba de adquirir 29 campos na Bacia de Pelotas no 4ª Ciclo de Oferta Permanente
Petrobras
No terceiro ato da peça Hamlet, escrita em 1603 por William Shakespeare, o príncipe da Dinamarca questiona a si próprio: “Ser ou não ser? Eis a questão".
A alegoria dramática criada pelo genial autor britânico é bastante propícia para comparar a posição do Brasil na COP-28 - a conferência sobre o clima organizada pela ONU - que terminou nesta semana em Dubai, Emirados Árabes.
Ao mesmo tempo em que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garante que o Brasil "não medirá esforços" para liderar uma “transição” no sistema energético, com a promessa de se distanciar dos combustíveis fósseis, a Petrobras anunciou forte investimento no 4º Ciclo da Oferta Permanente,
No total, a estatal brasileira confirmou o arremate de 29 blocos para a exploração de gás natural e petróleo, adquiridos por consórcios operados pela empresa. Os novos campos de exploração estão localizados na Bacia de Pelotas, onde a Petrobras irá trabalhar em associação com a multinacional britânica Shell e com a chinesa Cnooc Petróleo. No caso da companhia asiática, a parceria só acontecerá em três dos 29 blocos.
Presidente da Petrobras comemora aquisição dos blocos
A operação de aquisição dos blocos foi comemorada pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que destacou uma informação ignorada por Marina Silva e pela maioria dos ambientalistas: a alta demanda por energia petrolífera.
“Novas fronteiras, a exemplo dos blocos adquiridos hoje, são essenciais para que a demanda de energia seja atendida”, afirmou Prates, garantindo que o petróleo a ser explorado servirá como fiador até que o Brasil conclua a “transição energética”, prometida na COP-28.
Os novos investimentos - que certamente, não deverão parar na aquisição de blocos no leilão de Oferta Permanente - também caminham no sentido oposto à promessa um tanto esdrúxula feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a conferência do Clima em Dubai.
Segundo Lula, o ingresso do Brasil na Opep+ terá como objetivo “convencer” os maiores exportadores de petróleo a "relaxar a produção” e “se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”.
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