Governador do RS disse estar ciente de estudos que apontavam chance de enchentes, mas descartou investimentos
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), admitiu em entrevista à Folha de São Paulo ter sido informado que o estado poderia ser impactado pelas piores enchentes dos últimos 80 anos. Contudo, Leite ressaltou que “outros problemas”, como a questão fiscal, atrapalharam investimentos para a prevenção de desastres naturais.
"Estudos existiam, sim. Mas quando assumimos o governo, o estado enfrentava uma grave crise fiscal, com dificuldades em pagar salários, hospitais e municípios. Nossa prioridade era restabelecer a capacidade fiscal do estado para garantir serviços básicos à população", declarou.
Leite ainda complementou apontando que a superação da crise fiscal poderá abrir espaço para obras na reconstrução dos municípios destruídos pelas inundações ocorridas entre o final de abril e início de maio.
"Cumprimos a tarefa de sanear as contas do estado e agora estamos enfrentando essa crise com capacidade fiscal", complementou.
Gastos com publicidade foram mantidos
Apesar de alegar falta de verba para colocar em prática projetos de prevenção, o governador gaúcho não tem economizado em publicidade - prática que tem ocupado parte significativa de seu orçamento desde o primeiro mandato. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Leite gastou R$ 40,2 milhões com publicidade institucional somente em 2019,.
Por sua vez, durante a pandemia de covid-19, a gestão Leite aplicou ainda mais em propaganda, superando gastos de R$ 75 milhões.
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