Declarações foram dadas em evento promovido pelo banco Santander
O governo Lula tem tentado convencer o mercado de que suas metas para a redução do déficit fiscal brasileiro são realmente alcançáveis nos prazos estabelecidos. No entanto, a cada dia o descrédito interno e externo ao próprio governo fica mais evidente, principalmente junto aos economistas-chefes de grandes instituições financeiras atuantes no Brasil.
Deixando ainda mais clara a falta de credibilidade da administração Lula, como também o risco real ao qual estão expostas a economia nacional e global, um evento realizado nessa terça-feira (22), em São Paulo, pelo Santander, em que estavam presentes também os principais economistas de outros grandes bancos, apontou quais são hoje as maiores preocupações dos economistas.
Inicialmente, a imprevisibilidade fiscal do Brasil causa extremo desconforto aos especialistas, tendo em vista que seria necessário ao governo a proeza de ajustar 200 bilhões de reais em apenas três anos. Para que a projeção dos ministérios da Fazenda e Planejamento seja concretizada, o déficit fiscal de 2023 teria que reduzir para R$ 100 bilhões, ser zerado em 2024, e por fim, passar a um superávit fiscal de R$ 50 e R$ 100 bilhões nos anos de 2025 e 2026, respectivamente. Entretanto, a previsão dos economistas durante o encontro é de que a dívida bruta do país crescerá até o fim do atual mandato do Executivo em até 10%.
Quanto ao cenário global, o que tem tirado o sono dos investidores e especialistas da área de economia é o parco crescimento econômico chinês, além da política monetária americana. Embora existam dúvidas quanto aos próximos passos do Federal Reserve (equivalente ao banco central brasileiro nos EUA), quanto a uma nova elevação ou não da taxa de juros no país em uma próxima reunião prevista para setembro, que afetará diretamente toda a economia global, a real preocupação do mercado tem sido a redução rápida do crescimento da economia chinesa e as fracas respostas do governo oriental mediante a crise imobiliária que tem ganhado força no país.
Tendo em vista que a China é nosso maior comprador de commodities agrícolas e produtos em geral, o impacto do agravamento de uma crise global no país de Xi Jinping seria provavelmente devastador para a economia brasileira.
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