Dólar rompe barreira dos R$ 6 pela primeira vez na história, refletindo desconfiança com política fiscal
- Núcleo de Notícias
- 28 de nov. de 2024
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Investidores reagem ao pacote de Haddad e reforma do IR com incertezas sobre economia brasileira

Pela primeira vez desde a implementação do Plano Real em 1994, o dólar ultrapassou a marca simbólica de R$ 6,00 nesta quinta-feira (28). A moeda norte-americana alcançou R$ 6,0004 no início da manhã, refletindo a crescente desconfiança dos mercados em relação à política fiscal do governo Lula. O anúncio de uma reforma do Imposto de Renda, aliado a um pacote de contenção de gastos, foi recebido com ceticismo, provocando volatilidade cambial e renovando temores sobre a estabilidade econômica.
Na última quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou, em cadeia nacional, a ampliação da faixa de isenção do IR para rendimentos de até R$ 5 mil mensais, medida que já vinha gerando apreensão. A proposta, vista como uma concessão populista, não foi acompanhada de detalhamento suficiente sobre como o governo pretende equilibrar a perda de arrecadação estimada e os impactos de longo prazo nas contas públicas.
Desconfiança global e pressão interna
A valorização do dólar não é apenas uma reação ao cenário interno, mas também ao enfraquecimento da credibilidade do Brasil no exterior. A falta de clareza sobre as metas fiscais e a sustentabilidade do pacote de cortes de gastos, somada à renúncia de receitas com a reforma do IR, alimenta preocupações sobre a trajetória da dívida pública e a inflação.
Além disso, o aumento da percepção de risco para investidores estrangeiros coloca pressão adicional sobre o real. Com o contrato de dólar futuro avançando e os mercados se ajustando às incertezas, o país enfrenta um ambiente de instabilidade, agravado pelo histórico recente de intervenções econômicas e políticas de baixa previsibilidade.
Impactos no dia a dia e perspectivas sombrias
A disparada do dólar terá efeitos diretos na vida do brasileiro, elevando os custos de produtos importados, combustíveis e itens de consumo básico. Para empresas, especialmente as que dependem de insumos externos, o impacto pode significar aumento nos preços finais e redução da competitividade.
Com o mercado agora cauteloso em relação aos próximos passos do governo, o dólar acima dos R$ 6,00 representa um marco de alerta. A falta de confiança na capacidade do governo em promover um ajuste fiscal robusto e estrutural coloca em xeque a própria economia do país, que já enfrenta desafios significativos.
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