Com a chegada do Dólar Exportador, o país vizinho agora tem 13 cotações distintas para a compra e venda da moeda norte-americana
Arte ilustrativa
Sir Andrew Lloyd Weber e Tim Rice escreveram em 1978 o tema principal da peça Evita, “Don’t Cry For Me Argentina”. Nos anos seguintes, a música se transformou em uma espécie de lamento sobre a economia de um país que um dia chegou a figurar entre as maiores potências do mundo.
Sob a direção do presidente Alberto Fernández e de seu ministro da economia, Sergio Massa, a trilha sonora ganhou um ar especialmente dramático, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, onde Massa tenta dar continuidade a uma administração que não vê nenhum sinal de luz no fim do túnel.
Um exemplo da confusa gestão peronista/kirchnerista está no emaranhado de cotações do dólar em uso na nação vizinha. Nesta semana, foi anunciada a 13ª delas, especialmente criada para tentar garantir as exportações.
Com 138% de inflação acumulada em 12 meses registrada em setembro, e reservas quase esgotadas da moeda norte-americana, o ministro-candidato Sergio Massa tenta fazer mágica para atrair as divisas para os cofres argentinos.
Sendo assim, o novo dólar exportador tem data de validade: 19 de novembro, data da “segunda volta”, quando os eleitores escolherão entre Massa e Javier Milei para guiar a nau há tempos desgovernada.
Titulares e reservas: As 13 cotações para o dólar usadas pela Argentina
1 Dólar oficial: Cotado a 350 pesos, usado para bancos e agências em operações de varejo e atacado, como comércio exterior. Atualmente, o oficial é o único sob a tutela do Banco Central.
2 Dólar Blue: O nome usado para a versão cotada no mercado paralelo e mais usada no país. Atualmente, é vendido a cerca de 900 pesos.
3 Dólar CCL - Usado no mercado financeiro para operações como compra de ações. Sua cotação oscila entre o oficial e o paralelo.
4 Dólar Tarjeta: Cotação estabelecida pelo governo para compras no cartão de crédito no exterior. Chegou a valer 300 pesos, por determinação do Banco Central.
5 Dólar Coldplay: Com 30% de imposto adicionado ao câmbio oficial, o dólar que leva o nome da banda inglesa é usado para a contratação de serviços com a mão de obra estrangeira, como por exemplo, grandes shows internacionais.
6 Dólar Cripto: Como o próprio nome indica, a cotação é usada para operações de compra e venda de criptomoedas. Cotação semelhante a do dólar Blue.
7 Dólar Mercado Electrónico de Pagos (MEP): Cotação utilizada para compra de títulos no mercado financeiro.
8 Dólar Netflix ou Streaming: Sua cotação recebe uma carga tributária de 75%, destinada aos pagamentos de serviços de TV por streaming, como Netflix, Amazon Prime Video e HBO Max.
9 Dólar Importador: Cotação para a negociação de bens e serviços, taxada em 7,5% e 25%, respectivamente, sobre o valor do câmbio oficial.
10 Dólar Lujo: Usado para a aquisição de bens caros, como carros importados e jatinhos. Carga tributária pode chegar a 100% sobre o câmbio oficial.
11 Dólar Turista Estrangeiro: Como o próprio nome indica, essa modalidade é aplicada para evitar que os dólares de turistas estrangeiros sejam comercializados no câmbio oficial.
12 Dólar Amigo: Cotação informal, usada para a compra e venda entre pessoas físicas.
13 Dólar Exportador: Como já abordado, o dólar exportador chegou para tentar salvar as reservas de dólar para não paralisar o comércio exterior argentino.
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