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Crise na pecuária pode ter motivado Minerva a emitir R$ 2 bi em debêntures, diz especialista

Segundo o professor do Ibmec-SP, Carlo Cauti, Minerva pode usar recursos para comprar "produtores e abatedouros menores"


Pecuária nacional: arroba em baixa


No início de março, o corpo diretivo da Minerva Foods aprovou a décima quarta emissão de debêntures simples da empresa, com previsão de três séries de vencimentos entre 2029 e 2031. Segundo descreve a ata da reunião do conselho administrativo da companhia, o total dos títulos chega a R$ 2 bilhões.


O documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 8 de março afirma que as debêntures de primeira e segunda séries vencerão em março de 2029, enquanto as debêntures de terceira série devem expirar em março de 2031.


Sem detalhar o exato objetivo do uso dos recursos, a Minerva - há décadas, uma das líderes continentais do segmento de carne in natura  - apontou que aplicará o montante em atividades do “agronegócio e relações com produtores rurais”.


Crise na pecuária teria motivado emissão de debêntures, diz especialista


Em entrevista ao Rumo Econômico, o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Carlo Cauti, acredita que a recente emissão de debêntures esteja ligada com a crise no setor da pecuária, que tem sofrido continuamente com o baixo preço da arroba do boi no mercado interno.


“Debentures são dívidas que uma empresa contrata. Ou seja: ela pede dinheiro emprestado no mercado, e paga juros em cima disso. A Minerva diz que vai usar no agronegócio, mas não fala exatamente qual é operação. Elas não querem abrir as cartas, senão o preço dos ativos sobem. Algo normal", explica Cauti.


“Na minha análise, o que acho que está acontecendo: muitas empresas do setor de carne bovina estão em crise. O preço da arroba caiu muito. Acredito que eles estejam colocando dinheiro no agro agora, para comprar produtores menores, abatedouros menores etc. E por isso, estão precisando desse capital”, analisa.

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