Copom eleva Selic para 11,25% ao ano e alerta para impacto fiscal nas expectativas econômicas
- Núcleo de Notícias
- 6 de nov. de 2024
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Em decisão alinhada com o mercado, Comitê reforça que medidas fiscais sustentáveis são essenciais para controle da inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou as previsões do mercado e decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual, ajustando-a de 10,75% para 11,25% ao ano. A medida visa enfrentar a pressão inflacionária, enquanto o Comitê destaca a influência da política fiscal na estabilidade econômica e no controle das expectativas de inflação.
No comunicado divulgado após a decisão, os diretores do Banco Central enfatizaram que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal impacta significativamente os preços de ativos, as expectativas de inflação e o risco-país. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, apontaram.
Importância de Compromisso com a Sustentabilidade Fiscal
O Copom também reafirmou que uma política fiscal sustentável e comprometida com a redução da dívida pública é fundamental para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco nos ativos financeiros, facilitando, assim, o papel da política monetária. Medidas estruturais para o orçamento fiscal são vistas como elementos importantes para estabilizar a economia em longo prazo.
Expectativas de Inflação Revisadas para Cima
Além da decisão sobre a Selic, o Copom atualizou suas projeções para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa para 2024 foi ajustada de 4,3% para 4,6%, ultrapassando o teto da meta de 4,5%. As previsões para 2025 e o segundo trimestre de 2026 também subiram, situando-se agora em 3,9% e 3,6%, respectivamente.
Esses números refletem o desafio enfrentado pelo Banco Central em equilibrar as pressões inflacionárias e alinhar o cenário macroeconômico, num contexto em que as políticas fiscal e monetária precisam estar coordenadas para evitar novos aumentos nos custos financeiros. A elevação da Selic e o alerta sobre a política fiscal reforçam o compromisso do Copom em manter a inflação sob controle, apesar das incertezas promovidas pelo governo Lula no cenário econômico nacional.
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