Fontes que calcularam audiência do evento na Paulista apresentaram números bastante distintos
Crédito: Apolos Paz
Na economia, os números amparados pelas regras da matemática e estatística oferecem um retrato mais exato e amparam as decisões do mercado. O mesmo não pode ser dito na política, mesmo com imagens como a do ato democrático ocorrido na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo de fevereiro (25).
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública paulista (SSP), cerca de 750 mil pessoas estiveram no evento convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A olho nu, o número de manifestantes se equiparou, inclusive, ao enorme ato do 7 de setembro de 2021.
Segundo o órgão, o cálculo abrange o número de manifestantes na Avenida Paulista e nas ruas adjacentes, como Alameda Santos, Pamplona e Rua Augusta.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que “não houve ocorrências significativas” durante o ato. Algumas pessoas chegaram a passar mal em virtude do forte calor, ampliado pela aglomeração na Paulista.
Jornais apostam em “diminuição” do público na Paulista
O jornal O Globo usou como fonte uma entidade declaradamente de oposição a Bolsonaro para divulgar a estimativa de participantes no evento: a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
Segundo a entidade, pouco mais de 180 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista entre a manhã e final de tarde de domingo (25).
O grupo Globo, entretanto, já foi bem mais generoso em relação à adesão popular em eventos de grande escala no coração financeiro do país. Em 2018 e 2019, por exemplo, o veículo corroborou com a “informação” de que mais de 3 milhões de pessoas estiveram na parada do orgulho LGBT.
Em outro contraste, o site UOL afirmou que o manifesto de 2021 - bastante semelhante com o de domingo - reuniu 125 mil manifestantes ao longo do 7 de setembro. A fonte usada como base foi a mesma Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
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