Análise das eleições ficará a cargo da justiça - totalmente dominada pelo governo de Nicolás Maduro
Em 1º de agosto - data de vencimento do prazo estipulado pela legislação venezuelana - o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não divulgou os boletins de cada seção de votação referente ao pleito realizado em 28 de julho. Nesse ínterim, Nicolás Maduro decretou guerra contra os adversários políticos que não aceitaram o “resultado da eleição”, executando mais de 1200 prisões, além de contabilizar uma triste lista de mortos e feridos.
Quatro dias após o vencimento da data-limite, o órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse já ter enviado “toda a documentação exigida” aos cuidados do Supremo Tribunal de Justiça, que agora deve convocar Maduro e seu opositor, Edmundo González Urrutia, para iniciar as “investigações”. A conclusão dos trabalhos, segundo a Corte, deve ocorrer em duas semanas.
“Tudo o que foi solicitado ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) relativamente às eleições presidenciais de 28 de julho foi entregue”, declarou o presidente do CNE, Elvis Amoroso.
CNE dominado
Cooptado desde o último mandato de Hugo Chávez, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) coleciona uma série de decisões arbitrárias favoráveis ao regime desde 2006, quando passou a contar com a maioria entre os 5 integrantes que compõem o órgão. Além disso, o Tribunal Supremo de Justiça também está sob o controle de Maduro. Em suma, o prazo de 15 dias estimado para conclusão da apuração das eleições é um jogo de cartas marcadas.
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