Com 84% da colheita concluída no Rio Grande do Sul, não há risco de desabastecimento, aponta entidade
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) decidiu protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do governo Lula de autorizar a importação de arroz - medida, esta, executada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, apesar do alerta feito por especialistas.
A ADI protocolada na suprema corte na segunda-feira (3) solicita a suspensão imediata do primeiro leilão público do cereal inicialmente marcado para esta quinta-feira (6) pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). O texto também destaca que os produtores de arroz gaúcho “nunca foram ouvidos no processo de formulação dessa política de importação do cereal”.
Segundo estudos feitos pela CNA, a aquisição do arroz do mercado internacional afetaria toda uma cadeia produtiva, "com potencial de desestruturá-la, criando instabilidade de preços, prejudicando produtores locais de arroz, desconsiderando os grãos já colhidos e armazenados, e, ainda, comprometendo as economias de produtores rurais que hoje já sofrem com a tragédia e com os impactos das enchentes”, escreveu a entidade.
CNA reforça colheita no Rio Grande do Sul
O texto da ação aponta ainda que 84% das lavouras de arroz do Rio Grande do Sul já haviam sido colhidas antes das inundações que provocaram a calamidade no estado no início de maio, destacando ser o suficiente para que não aconteça desabastecimento no Brasil.
“Dados realistas do setor indicam que a safra gaúcha de 2023/2024 foi de aproximadamente 7,1 milhões de toneladas de arroz - patamar aproximado ao volume de 7,2 milhões de toneladas colhido pelo estado na safra 2022/2023, segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)”, reforça a CNA.
“Não só os sindicados locais, mas também a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a própria CNA, detém informações técnicas relevantes e dados de produção e colheita do arroz que demonstram que o risco de desabastecimento não existe e que a política de importação do arroz se revelaria desastrosa e contrária ao funcionamento do mercado", acrescentou a entidade.
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