Censura em redes sociais expõe controle chinês em meio à escalada tarifária com os EUA
- Núcleo de Notícias
- 9 de abr.
- 2 min de leitura
Pequim restringe acesso a termos relacionados às tarifas de Trump enquanto promove propaganda antiamericana

A China reforçou sua censura digital em meio à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos. Nesta quarta-feira (9), conteúdos relacionados às tarifas impostas por Washington – que agora chegam a 104% sobre produtos chineses – foram amplamente bloqueados nas redes sociais locais, como Weibo e WeChat.
Buscas por palavras como “tarifa” ou “104” foram eliminadas do Weibo, plataforma de rede social chinesa, que passou a exibir mensagens de erro em páginas relacionadas. Ao mesmo tempo, conteúdos que criticam os EUA foram destacados, em uma evidente estratégia de manipulação informacional. Uma das hashtags mais promovidas pela emissora estatal CCTV foi “#escassez de ovos e produtos agrícolas nos EUA”, uma tentativa de retratar os americanos como dependentes e desorganizados frente à nova realidade comercial.
A censura atingiu até publicações de empresas chinesas que alertavam para o impacto econômico negativo da política tarifária americana. No WeChat, aplicativo chinês de mensagens instantâneas, diversos textos foram excluídos com o alerta de que violavam “leis, regulamentos e políticas relevantes”.
Pequim também endureceu sua retórica contra os Estados Unidos. Através da mídia oficial, a China tenta convencer o público de que está preparada para uma guerra comercial prolongada, mesmo diante das consequências internas.
A Bolsa de Xangai sofreu forte queda na segunda-feira – a maior em cinco anos – mas teve leve recuperação na quarta, após promessas do governo de estímulos ao mercado interno. Ainda assim, o ambiente econômico permanece instável.
Ao esconder informações internas sobre os impactos reais das tarifas e promover uma narrativa de superioridade moral e econômica, o regime chinês aprofunda o isolamento digital de sua população e demonstra, mais uma vez, que a liberdade de expressão continua subordinada aos interesses do Partido Comunista.
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