Risco de cancelamento das transações via Pix foi tema de palestra do presidente do Banco Central nesta semana
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou durante evento da Legend Capital, realizado em São Paulo, que os serviços de pagamento via Pix poderão ser afetados, em virtude de cortes no orçamento da entidade. Conforme Campos Neto, atualmente o BC trabalha com recursos inferiores aos disponíveis em 2021, na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Neste ano, nosso orçamento de investimentos foi de R$ 15 milhões, isso é um quinto do que foi há cinco anos. Chegamos ao risco de alguma hora falar ‘como é que a gente vai conseguir fazer rodar o Pix?”, explicou Campos Neto.
O presidente do BC também admitiu que a greve de funcionários do Banco Central também atrapalhou o cronograma da instituição para a implementação de novidades no sistema bancário, com destaque para o Drex, o “real digital”.
Nos últimos dois anos, os servidores do banco têm paralisado suas atividades entre 60 e 90 dias. Além do atraso no Drex, a redução do ritmo de trabalho também atrapalhou atividades como o lançamento do Pix Automático, a agenda de cibersegurança e a regulação das criptomoedas.
“No caso do Brasil, a autonomia financeira não é nem a autonomia, é uma modernização. Do lado de pessoal, eu tenho uma incapacidade de gestão, que é grave”, lamentou o dirigente.
“Todos os bancos centrais do mundo que inovam já têm essa dimensão. Porque isso que a gente tem defendido tanto, esse tema da PEC 65, é para a gente poder levar o Banco Central a um caminho, para continuar fazendo a modernização”, concluiu.
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