Saques da Poupança superaram os depósitos em R$ 88 bilhões no ano passado, segundo o BC
Ilustração
As incertezas geradas pela série de reformas anunciadas pelo governo Lula - com destaque para a tributária - promoveram uma das maiores debandadas da caderneta de poupança da história do país.
Segundo o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 88 bilhões em 2023 - o segundo pior desempenho da carteira desde 1995, quando os dados começaram a ser computados oficialmente. No acumulado do ano passado, as retiradas totalizaram R$ 3,9 trilhões, enquanto os depósitos somaram R$ 3,83 trilhões.
De acordo com o BC, o pior desempenho de 2023 foi computado no mês de janeiro, com a saída líquida de R$ 33,6 bilhões. A data coincide com a posse de Lula para exercer o seu terceiro mandato no Palácio do Planalto. Já o pior resultado havia ocorrido em 2022, impulsionado principalmente pelas inseguranças do mercado em ano eleitoral.
Juros altos e baixo rendimento deixam poupança pouco atraente
Além das incertezas sobre a conjuntura, os juros altos da economia e o baixo rendimento da poupança têm provocado uma troca de investimentos. Desde 2021 - quando a pandemia de covid-19 ainda corroía os rendimentos e a produção - as retiradas de capital começaram a acumular acima da média histórica.
O rendimento aquém do esperado tem sido outro fator influenciador para a escalada dos saques. A caderneta de poupança rende atualmente 6,17% ao ano, derrubando as remunerações para os investidores que optaram por esta modalidade de renda fixa.
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