Cálculo foi divulgado pelo IBPT e abrange impostos cobrados por estados, municípios e governo federal
Apuração feita pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revelou que o cidadão precisou trabalhar até 28 de maio - ou 149 dias - somente para quitar a carga de impostos referentes a todo o ano, incluindo tributos nos âmbitos federal, estadual e municipal. Em tese, isso representa que o trabalhador só irá usufruir de seu salário por 216 dias em 2024 sem se preocupar em devolver recursos para o estado.
Conforme o levantamento, os tributos pagos sobre renda, consumo e patrimônio já representam mais de 40% do que o brasileiro recebeu em seus vencimentos no primeiro semestre de 2024. Há cerca de 20 anos, esse mesmo cidadão gastava 36,98% de seus rendimentos para quitar impostos. Desde 2020, a carga tributária oscila em 40% do total dos ganhos.
Imposto europeu, retorno de terceiro mundo
Somente países desenvolvidos como Noruega, Áustria, Finlândia e Bélgica exigem mais tempo de trabalho para pagar os impostos do que os cobrados no Brasil, chegando até 162 dias de atividades. O retorno promovido pelo poder público aos contribuintes europeus, entretanto, é bastante superior se comparado ao custo-benefício obtido pelo brasileiro.
Segundo o presidente-executivo do IBPT, João Olenike, atualmente se trabalha muito mais no Brasil do que nos anos 1970, antes do período conhecido como “redemocratização”.
“Nós podemos concluir que hoje se trabalha mais do dobro do que se trabalhava no período dos anos 70 para sanar esses tributos”, ratifica o dirigente, apontando que nesse período eram necessários 76 dias para dar conta dos impostos.
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