Dados do Banco Central revelam desempenho negativo nas transações correntes e investimentos abaixo do previsto
O Brasil registrou um déficit em transações correntes maior que o previsto em agosto, além de um volume de investimentos diretos abaixo do esperado, conforme divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira. O déficit em conta corrente atingiu 6,589 bilhões de dólares no mês, elevando o acumulado em 12 meses a 1,75% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo mês do ano passado, o déficit havia sido significativamente menor, de 969 milhões de dólares.
A expectativa do mercado, segundo pesquisa da Reuters, era de um déficit de 5,25 bilhões de dólares, o que torna o resultado ainda mais decepcionante. No que diz respeito aos investimentos diretos no país, o valor registrado em agosto foi de 6,104 bilhões de dólares, abaixo da previsão de 7,5 bilhões e também inferior aos 7,259 bilhões registrados no mesmo mês de 2023.
A balança comercial, um dos principais componentes das transações correntes, apresentou superávit de 4,029 bilhões de dólares, uma redução significativa frente aos 8,840 bilhões alcançados em agosto do ano anterior. Já a conta de serviços, que abrange despesas com turismo, transportes e outros serviços, registrou déficit de 4,712 bilhões de dólares, um aumento em comparação ao saldo negativo de 3,072 bilhões no mesmo período de 2023.
Outro dado relevante foi o déficit na conta de renda primária, que reflete pagamentos de juros, lucros e dividendos ao exterior, somando 6,165 bilhões de dólares em agosto, ligeiramente melhor que o rombo de 7,015 bilhões de dólares registrado no ano anterior. O péssimo desempenho nos investimentos diretos e o aumento do déficit em serviços indicam que o Brasil enfrentará desafios adicionais na atração de capital estrangeiro e no equilíbrio das contas externas.
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