Boris Johnson nega interferência em acordo de paz entre Rússia e Ucrânia
- Núcleo de Notícias
- 13 de out. de 2024
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Ex-premiê britânico rejeita acusações de ter atrapalhado as negociações de paz no início do conflito
Foto: Number 10/Flickr
O ex-primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou estar "surpreso" com as alegações de que ele teria desempenhado um papel fundamental na ruptura das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia. Em seu novo livro de memórias, intitulado "Unleashed", Johnson reflete sobre o momento em que percebeu que algumas pessoas o culpavam pela continuidade da guerra.
Segundo Johnson, enquanto jantava em um restaurante na Grécia, após sua renúncia, uma mulher alemã o confrontou, entregando-lhe um bilhete com a mensagem: “Sr. Johnson, como você consegue viver consigo mesmo sabendo que centenas de milhares de pessoas morreram após sua visita a Kiev, quando você impediu um acordo de paz em abril de 2022?”
Johnson afirmou que se surpreendeu com a acusação e que somente depois descobriu que essa visão estava se disseminando em diversos países, incluindo a Alemanha. Ele descreveu a acusação como "completamente absurda", defendendo que a Ucrânia nunca aceitaria os termos de paz propostos pela Rússia. O ex-premiê citou alegados crimes de guerra cometidos pela Rússia — os quais Moscou nega — como razão para a recusa ucraniana.
Johnson esclareceu que seu objetivo ao visitar Kiev em abril de 2022, pouco antes do colapso das negociações em Istambul, não foi sabotar um possível acordo de paz, mas sim reforçar o apoio ocidental ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Durante a visita, o foco das conversas foi o apoio militar de longo prazo à Ucrânia.
Moscou, entretanto, acusou Johnson de ter frustrado as negociações ao aconselhar Kiev a continuar lutando. David Arakhamia, líder da delegação ucraniana nas negociações, também reconheceu que Johnson teve um papel influente no processo.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as duas nações estavam próximas de assinar um acordo em que a Ucrânia se comprometeria com a "neutralidade permanente" e uma redução do seu poderio militar. Contudo, após incursões ucranianas na região russa de Kursk, Moscou descartou qualquer possibilidade de diálogo.
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