Bolsonaro aguarda "acesso total" aos autos para definir depoimento à PF

Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe, e explica que poderá ficar em silêncio em depoimento

Agência Brasil/EBC

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu nesta quarta-feira (21) uma entrevista à Rádio CBN da Paraíba sobre as acusações de "tentativa de golpe", por meio de um suposto decreto de estado de sítio. Bolsonaro também comentou se irá ou não depor à Polícia Federal amanhã, após o pedido de sua defesa ter sido recusado pelo relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes. 

Ao ser questionado sobre ter cometido crime contra o Estado democrátido de direito, Bolsonaro explicou que as alegações baseadas na “minuta do golpe”, encontrada no celular do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, seriam “totalmente infundadas

“O que seria um golpe via estado de sítio?”, perguntou Bolsonaro.

“Isso não existe. O decreto de estado de Sítio é previsto na Constituição, mas depende da aprovação do Congresso para acontecer, explicou o ex-presidente.

Bolsonaro disse ainda que, para um suposto estado de sítio ocorrer, ele ainda teria de se reunir com “uma dezena de pessoas”, incluindo o então vice-presidente, Hamilton Mourão e os presidentes da Câmara e Congresso para que um eventual decreto acontecesse.

“O estado de sítio ainda precisaria ser aprovado pelo Congresso. Se não fosse aprovado, não teria nem estado de sítio”, reiterou.

Depoimento à Polícia Federal

Questionado sobre a convocação para depor na Polícia Federal nesta quinta-feira (22), Jair Bolsonaro disse que ainda aguarda o parecer de seus advogados para saber os próximos passos.

“Se eles (os advogados) tiverem acesso total aos autos do processo até amanhã, irei falar sem problema algum. Ter acesso pleno aos autos é o que representa o devido respeito ao estado democrático de direito”, afirmou Bolsonaro.